Primavera Árabe ganha Prémio Sakharov

O Parlamento Europeu atribuiu hoje o Prémio Sakharov para a liberdade de pensamento a cinco protagonistas do movimento da Primavera Árabe

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Ali Farzat

O Parlamento Europeu atribuiu esta quinta-feira o Prémio Sakharov para a liberdade de pensamento a cinco protagonistas do movimento da Primavera Árabe.Os laureados são o manifestante tunisino Mohamed Bouazizi - que será homenageado a título póstumo -, a activista egípcia Asmaa Mahfouz, o dissidente líbio Ahmed al-Zubair Ahmed al-Sanusi, o advogado sírio Razan Zeitouneh e o caricaturista sírio Ali Farzat

Mohamed Bouazizi, que se imolou no dia 17 de Dezembro de 2010 na localidade de Sidi Bouzid, morreu duas semanas mais tarde. O seu gesto desesperado - que revelou que o povo tunisino estava no limite das suas capacidades de sobrevivência - desencadeou um movimento popular nacional que levou à queda do regime do ditador Ben Ali. 

Asmaa Mahfouz é uma das fundadoras do Movimento 6 de Abril que lançou o apelo de reunião na Praça Tahrir, no Cairo, movimento esse que conduziu à queda do regime do ditador egípcio Hosni Mubarak. 

Foram igualmente distinguidos Ahmed al-Zubair Ahmed al-Sanusi, de 77 anos, um dissidente líbio que passou 31 anos na prisão por causa das suas actividades de dissidência ao regime do falecido Muammar Khadafi; Razan Zeitouneh, advogado de 34 anos que dirigiu os comités de revolta na Síria e Ali Farzat, um caricaturista de impresa que foi espancado em Agosto último pelas forças de segurança sírias. 

A decisão de atribuição do prémio a estes protagonistas das revoltas que conduziram à queda de vários ditadores árabes foi tomada por unanimidade pelos presidentes dos grupos políticos. 

Os prémios serão oficialmente entregues aos laureados numa cerimónia oficial que decorrerá em Dezembro. O Prémio Sakharov - que se impôs nos últimos anos como uma espécie de equivalente da UE ao prémio Nobel da Paz - recompensa cada ano um defensor dos direitos humanos e da democracia. 

Os cinco militants árabes acabaram por se sobrepor a outros dois finalistas: a Dzmitry Bandarenka, o bielorrusso defensor dos direitos humanos, e à comunidade colombiana de camponeses San José de Apartadó.


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