Nuno Dias tinha uma ideia: divulgar o interior de Portugal e os seus edifícios mais importantes. “Um património a que ninguém dá valor”, diz. Valverde, uma aldeia do concelho do Fundão, serviu de inspiração para este jovem engenheiro freelancer.
“Tirando as Aldeias Históricas e os castelos, o património que temos por estes lados não é divulgado”, pensa Nuno Dias, criador, também, da Rota dos 5 Castelos do concelho de Sabugal.
Em Janeiro de 2011 surgiu, assim, o Valverde 3D, um projecto de modelação 3D do património da aldeia (igrejas, capelas, escolas – qualquer edifício com algum tipo de valor e significado, desde que público), desenvolvido através do Google Earth. Já estão disponíveis sete edifícios e Nuno Dias pretende continuar a aumentar este número para 13.
Para dar como terminado cada edifício, Nuno tem uma check list a cumprir. Antes de mais nada, tem de ir ao local e fazer uma “volta fotográfica”, finda a qual tem de “passar as fotografias para um programa de edição de imagem”. Só depois passa para o programa de modelação 3D da Google, o Google SketchUp, para fazer os respectivos modelos em três dimensões.
O OK final cabe sempre à equipa responsável da Google, a quem Nuno envia todos os modelos com antecedência. Todo este processo, para cada edifício, pode demorar cerca de uma semana, principalmente porque o jovem engenheiro não se dedica inteiramente ao projecto.
Engenheiro e engenheiro
Natural do Fundão, Nuno Dias está a caminho de ser engenheiro duas vezes. Depois de ter concluído a licenciatura em Engenharia dos Recursos Hídricos, em Évora, decidiu voltar-se para a Engenharia Civil, curso que frequenta actualmente na Universidade da Beira Interior.
O Valverde 3D é, para além de um desafio, uma forma de “ligar o curso à modelação 3D de construções”, num importante elemento para o currículo.
Lançado, oficialmente, em Abril de 2011, numa visita virtual 3D aos próprios habitantes da aldeia, o Valverde3D tem tido, segundo o criador, “muita divulgação”, algo que possibilita a abertura de novas oportunidades.
“Tenho sido abordado no sentido de desenvolver mais projectos, mas é tudo ainda muito recente”. “As pessoas começam a dar conta que, nas aldeias, há certo tipo de património que é, sem dúvida, uma mais-valia para os seus roteiros turísticos”, considera, apontando o sucesso do projecto nas redes sociais, onde conta, já, com mais de 400 seguidores.
