Marselha foi forte de mais para um “Braguinha”

Franceses foram superiores e derrotaram o Sp. Braga no Velódrome, por 3-0, na primeira mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa.

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Reuters/JEAN-PAUL PELISSIER

De forma clara e por números que traduzem a diferença de qualidade entre as duas equipas durante os 90 minutos, o Marselha bateu o Sp. Braga, por 3-0, na primeira mão dos 16-avos-de-final da Liga Europa, resultado que coloca os minhotos praticamente afastados das provas europeias. Um golo de Germain começou a desequilibrar a eliminatória no quarto minuto, mas a inspiração de Matheus manteve o Sp. Braga à tona durante uma hora. No entanto, o guarda-redes bracarense não impediu que Germain voltasse a marcar, aos 69’, e que Thauvin, cinco minutos mais tarde, fixasse o marcador final numa justa diferença de três golos.

Na antevisão da partida, Abel Ferreira disse que o Sp. Braga ia ter pela frente “o melhor Marselha dos últimos 10 anos” e, para motivar os seus “guerreiros”, o treinador invocou um imperador francês: “Napoleão Bonaparte dizia que o segredo consiste em ter coragem para enfrentar a força do adversário e que, com um exército inferior, deve-se ter a capacidade de, no ponto de ataque e de defesa, conseguir superar o nosso adversário.” Porém, ao contrário do legado de Napoleão e das suas tropas, a história do Sp. Braga em Marselha não teve qualquer momento de glória.

Com um confortável fosso de 10 pontos de vantagem sobre o 5.º classificado na I Liga, Abel Ferreira pôde preparar com minúcia o regresso aos palcos europeus. E o técnico foi ambicioso. Jogando com o mesmo 4x4x2 apresentado cinco dias antes contra o V. Setúbal, manteve no ataque dois jogadores com presença na área (Paulinho e Dyego Sousa), mas no meio-campo André Horta foi substituído por Danilo. O principal problema, todavia, estava na defesa, privada de um dos jogadores em melhor forma no Sp. Braga: Raúl Silva não jogou por castigo. Para o lugar do brasileiro, entrou Rosic, mas o sérvio, que já não jogava há mais de um mês, não esteve à altura das responsabilidades.

Com apenas uma derrota nos últimos 20 jogos, o Marselha não tinha Mitroglou e Mandanda disponíveis, mas Rudi Garcia fez mais poupanças. O técnico colocou (de início) Florian Thauvin no banco, um dos jogadores do momento no campeonato gaulês, mas mesmo sem o internacional francês o Marselha entrou de prego a fundo. Logo no quarto minuto, Payet aproveitou uma displicência de Sequeira para colocar a bola na pequena área e Germain, perante a passividade de Rosic, só teve que empurrar para o fundo da baliza.

O golo madrugador transformou a partida, nos minutos seguintes, num jogo de paciência. Em vantagem, o Marselha optou por atacar pelo seguro perante um Sp. Braga que, por momentos, pareceu ser a equipa capaz de outros jogos: Dyego Sousa (8’) e Vukcevic (24’) assustaram o Velódrome.

Porém, o que parecia ser uma reacção corajosa não passou de um fogacho. Sem criatividade e sem velocidade nos flancos, a equipa de Abel rapidamente se tornou num “Braguinha” e o Marselha passou a comandar como quis, criando oportunidades de perigo com facilidade. Valia aos “arsenalistas” Matheus, mas, após uma defesa corajosa, aos 64’, o brasileiro ficou momentaneamente KO e o Marselha aproveitou: poucos segundos após a partir ser reatada, Germain bisou.

Com o Sp. Braga combalido, Rudi Garcia lançou Thauvin e o avançado precisou de quatro minutos para fazer o seu 16.º golo em 2017-18, fixando o 3-0 final, a derrota mais pesada do Sp. Braga nesta época.

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