Jamor ficou mais perto do Dragão do que de Alvalade

Um golo de Soares, aos 60 minutos, garantiu a vitória do FC Porto frente ao Sporting na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal.

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Tiquinho Soares felicitado por Marega após o golo do FC Porto LUSA/Manuel Araujo

A eliminatória ainda vai a meio, mas após empates no campeonato e na Taça da Liga o FC Porto quebrou o equilíbrio nesta temporada nos confrontos com o Sporting e ficou mais perto de garantir o bilhete para a final da Taça de Portugal, que será disputada a 20 de Maio, no Jamor. Nesta quarta-feira, num jogo em que Jorge Jesus apostou numa estratégia cautelosa, os “dragões” foram superiores e fizeram o único golo da partida aos 60 minutos, por Soares, que já tinha marcado na época passada no Dragão, frente aos “leões”. O Sporting terá agora 71 longos dias para preparar a estratégia para recuperar da desvantagem em Alvalade.

Com o frente a frente da meia-final da Taça da Liga ainda fresco na memória de ambos os treinadores, Jorge Jesus tinha afirmado na antevisão da partida que o terceiro assalto da época entre portistas e sportinguistas seria “igual aos anteriores”, mas deixou no ar a possibilidade de “mudar algumas ideias”. A previsão do técnico não se cumpriu (desta vez houve um golo e um vencedor), mas Jesus tinha guardada na manga uma surpresa táctica para o jogo — Sérgio Conceição garantiu no final que não foi surpreendido pela colocação de “uma linha de cinco” na defesa dos “leões”.

As duas novidades no “onze” sportinguista foram o regresso de Gelson Martins — Jesus tinha dito haver “uma réstia de esperança” na sua recuperação — e a ausência de William Carvalho. Sem um dos habituais pilares da equipa, o treinador do Sporting mudou mesmo de ideias a nível táctico. Resgatando o plano já utilizado em Barcelona, Jesus apostou em Piccini e Ristovski em simultâneo, colocando o defesa italiano numa zona central, juntamente com Coates e Mathieu. Nas laterais, Ristovski e Coentrão tinham liberdade q.b., permitindo que Gelson e Acuña procurassem com regularidade zonas interiores.

Após apostar no 4x3x3 contra os “verdes e brancos” na Taça da Liga, Sérgio Conceição manteve o plano A e decalcou o desenho táctico utilizado quatro dias antes frente ao Sp. Braga. Com Herrera e Sérgio Oliveira a terem novamente a responsabilidade destruir e construir na zona central do terreno, o técnico do FC Porto voltou a entregar os flancos a Corona e Brahimi e confirmou uma regra desta época: a nível interno, Aboubakar só é titular no campeonato. Soares, no entanto, ao contrário das últimas partidas, desta vez justificou a aposta.

Sem qualquer derrota na Taça de Portugal no tempo regulamentar desde 18 de Outubro de 2014, quando o Sporting de Marco Silva venceu de forma convincente no Dragão o FC Porto de Julen Lopetegui, por 3-1, o jogo começou quase tão gelado como a noite no Porto. Com as equipas na expectativa, as duas primeiras dezenas de minutos foram entediantes, mas Brahimi, que desta vez esteve longe do alto nível que já exibiu nesta temporada, quebrou a monotonia com um remate que obrigou Rui Patrício à primeira boa defesa da noite. Até aí demasiado recuado, o Sporting respondeu com um remate de longe de Bruno Fernandes, ma,s em cima da meia-hora, Herrera, após uma assistência de qualidade de Corona, falhou o remate e a melhor oportunidade da primeira parte quando apenas tinha Patrício pela frente.

A segunda começou com Doumbia a mostrar-se (Ricardo fez um desvio precioso para canto), mas foi o FC Porto que continuou melhor e, mesmo sem criar grandes ocasiões de perigo, chegou ao golo: grande cruzamento de Sérgio Oliveira e Soares, no meio de dois defesas adversários, cabeceou para o fundo da baliza e completou um “póquer” — o brasileiro marcou nesta época no campeonato, na Taça de Portugal, na Taça da Liga e na Liga dos Campeões.

A desvantagem fez tremer o Sporting e praticamente na jogada seguinte Soares podia ter bisado — Rui Patrício fez a defesa da noite —, mas nos últimos 20 minutos, após as primeiras substituições, Jesus conseguiu que a sua equipa melhorasse. Abdicando dos três defesas centrais, os “leões” começaram a surgir com mais perigo junto da baliza de Casillas e, já no período de descontos, Ricardo foi displicente e quase entregou a Rúben Ribeiro o empate, mas Felipe segurou a curta, mas importante vantagem que os portistas vão defender a 18 de Abril, em Alvalade.

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