Associação das unidades de saúde familiar exige alteração dos objectivos para 2018

Serão abertas 30 novas USF este ano e 20 poderão transitar do modelo A para o B, mas a associação das USF considera que esses números inibem o desenvolvimento da reforma dos cuidados de saúde primários.

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Para a associação, fica-se a "55 USF da proposta do programa de Governo" Manuel Roberto

A associação que representa as unidades de saúde familiar (USF) manifesta-se desiludida com os objectivos definidos pelo Governo e vai desenvolver iniciativas para "obrigar à alteração" do diploma que definiu o número de USF para este ano.

"O actual despacho vem inibir o desenvolvimento da reforma dos cuidados de saúde primários, a criação de USF e a atribuição de equipas de saúde familiar aos cidadãos portugueses", refere a Associação Nacional das USF num comunicado divulgado esta sexta-feira.

O diploma publicado na quinta-feira define que este ano serão abertas 30 novas USF e que cerca de 20 vão poder transitar do modelo A para o modelo B, o modelo organizacional mais evoluído.

"Eliminou-se o conceito de 'número mínimo' de USF, deixando o Governo de ter metas. Definiu-se 30 USF a constituir em 2018, havendo já 33 candidaturas. Limita-se a possibilidade de progressão para modelo B a 20 USF, apesar de haver já 67 candidaturas", refere a Associação Nacional das USF.

Para esta associação, com este despacho fica-se a "55 USF da proposta do programa de Governo", recordando que recentemente o ministro da Saúde reafirmou "a meta de 100 unidades de modelo B até ao final da sua legislatura".

"Estamos a trabalhar numa agenda com os parceiros (sindicatos, ordens profissionais e autarquias) a fim de alinhar uma estratégia interventiva que obrigue à alteração deste despacho", refere a nota divulgada esta sexta-feira.

Criadas em 2005, as USF foram fundadas como uma forma alternativa ao habitual centro de saúde, prestando também cuidados primários de saúde, mas com autonomia de funcionamento e sujeitas a regras de financiamento próprias, baseados também em incentivos financeiros a profissionais e à própria organização.

O modelo B de USF é uma forma mais evoluída de organização e está definido como aquele em que equipas com maior amadurecimento organizacional e maiores exigências de contratualização garantem maior disponibilidade para atingir níveis avançados de acesso para os utentes, elevado desempenho clínico e eficiência económica.

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