Elise Mertens veio para ficar

Grigor Dimitrov confirmou favoritismo diante de ?Nick Kyrgios e mantém sérias aspirações a vencer o Open da Austrália.

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LUSA/NARENDRA SHRESTHA

Em 2017, Elise Mertens não pôde competir no Open da Austrália, porque a sua presença no qualifying ficou comprometida por uma inesperada série de boas vitórias em Hobart. A belga entrou nesse torneio através da fase de qualificação e só saiu da cidade australiana com o seu primeiro título da carreira. Foi o início de uma excelente época, iniciada por Mertens no 120.º posto e concluída no 37.º, com um segundo título no WTA Tour pelo meio. Um ano depois, Mertens já não é uma desconhecida: voltou a Hobart, onde defendeu o título com sucesso, e, esta semana, tornou-se na primeira belga a passar aos quartos-de-final do Open da Austrália desde a meia-final de 2012 de Kim Clijsters, em cuja Academia se treina.

“É difícil de descrever, difícil de acreditar. Claro que quero ganhar um Grand Slam, mas um quarto-de-final não é mau. Quero fazer ainda melhor, ainda tenho energia”, avisou Mertens, após afastar Petra Martic, por 7-6 (7/5), 7-5. A próxima adversária, Elina Svitolina (4.ª), também está invicta este ano, depois do título conquistado em Brisbane, e neste domingo derrotou, pela terceira vez em quatro rondas, uma jogadora vinda do qualifying, Denisa Allertova (130.ª), por 6-3, 6-0.

No outro encontro dos quartos-de-final, vão defrontar-se Caroline Wozniacki e Carla Suárez Navarro. O triunfo nas WTA Finals levou a dinamarquesa de 27 anos ao segundo lugar do ranking e o bom momento de forma que atravessa confirmou-se ao chegar a esta fase do Open australiano pela primeira vez desde 2012. Com 25 winners e somente seis erros, Wozniacki arrasou Magdalena Rybarikova (21.ª), em 1h03m: 6-3, 6-0. Já Suárez Navarro (39.ª) precisou de mais de duas horas para afastar Annet Kontaveit (33.ª), por 4-6, 6-4 e 8-6.

O encontro Svitolina-Allertova começou perto da meia-noite em virtude do intenso duelo travado entre Grigor Dimitrov (3.º) e Nick Kyrgios (17.º), que não defraudou as expectativas e manteve o suspense durante três horas e meia.

O apoio do público ao compatriota não evitou que Dimitrov realizasse uma das melhores exibições da carreira para vencer o australiano, por 7-6 (7
3), 7-6 (7/4), 4-6 e 7-6 (7/4). Ao ganhar 80% dos pontos disputados com o primeiro serviço, o búlgaro de 26 anos conseguiu superar o ténis mais agressivo de Kyrgios, autor de 36 ases, de um total de 76 winners registados.

“Aprendi que posso elevar o meu nível quando realmente preciso. Nunca sabemos quantas mais vezes vamos poder jogar na Rod Laver Arena. Só isso deu-me a motivação e empurrão, tipo ‘estás agora aqui, agora joga’”, explicou o vencedor das ATP Finals. Para repetir a presença nas meias-finais, Dimitrov terá de ultrapassar Kyle Edmund (49.º), o primeiro britânico, que não Andy Murray, a chegar tão longe em Melbourne nos últimos 38 anos, depois de vencer Andreas Seppi (76.º), por 6-7 (4/7), 7-5, 6-2 e 6-3.

Rafael Nadal perdeu pela primeira vez um set na caminhada que está a fazer no torneio, mas conseguiu anular 15 dos break-points que enfrentou diante do resiliente Diego Schwartzman (26.º), ao fim de 3h52m: 6-3, 6-7 (4), 6-3, 6-3. O líder do ranking vai defrontar agora um adversário do top 10, Marin Cilic (6.º), que assinou 73 winners, incluindo 20 ases, para eliminar Pablo Carreño Busta (10.º), por 6-7 (7
9), 6-3, 7-6 (9/7) e 7-6 (7/3), já depois de ter afastado João Sousa.

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