Marcelo dá força à Raríssimas "para continuar"

O Presidente foi à Casa dos Marcos, passou pelo Barreiro e segue para Pedrógão

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O Presidente da República justificou hoje a sua visita à Raríssimas como um sinal de que a obra "é para continuar" e antes de partir para Pedrógão Grande, onde passará o Natal, voltou ao Barreiro para beber uma ginjinha.

Hoje, durante a tarde, fonte oficial de Belém revelou que Marcelo Rebelo de Sousa tinha visitado na Moita (distrito de Setúbal) a Casa dos Marcos, da Raríssimas, que está a ser investigada pela Polícia Judiciária depois de a TVI ter revelado documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social.

"Fiz de propósito de forma discreta. A ideia era, por um lado, estar com quem lá permaneceu", explicou Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas, já no Barreiro, no mesmo distrito, dizendo ter visitado cerca de uma dezena de jovens na Casa dos Marcos e outras 20 pessoas na unidade de cuidados continuados, quase todos acompanhados pelas suas famílias.

O chefe de Estado disse ter encontrado "tudo a funcionar impecavelmente" e não ter ouvido qualquer queixa do pessoal da instituição, apenas um grande "vontade de continuar".

"Foi também para simbolicamente dizer que é uma obra para continuar, tem de se pensar nos beneficiários, nos utentes, e foi isso que simbolicamente quis dizer na véspera de Natal", justificou.

No Barreiro, durante quase hora e meia, Marcelo percorreu com dificuldade, a pé, menos de uma centena de metros, já que a cada passo que dava era rodeado por dezenas de pessoas que o queriam cumprimentar e tirar as já famosas 'selfies' com o Presidente.

O Presidente da República, que no ano passado veio conhecer pela primeira vez a tradição de muitos populares do Barreiro de beberem uma ginjinha antes do jantar de Natal, confessou "ter ficado seduzido" por não conhecer outro ponto do país onde se prepare desta forma a consoada.

"Assim esteja vivo e de boa saúde e nos próximos anos cá estarei em 2018, 2019 e 2020", prometeu, referindo-se aos anos que ainda lhe faltam cumprir de mandato presidencial.

Do Barreiro, o chefe de Estado seguirá para um jantar em família e partirá ainda hoje para Pedrógão Grande (distrito de Leiria), onde irá passar o dia de Natal, entre alguns dos que perderam familiares nos incêndios de junho.

Questionado sobre que mensagem de Natal gostaria de deixar aos portugueses, Marcelo salientou que lhe caberá falar no Ano Novo e que, nesta quadra, é o primeiro-ministro, António Costa, quem se dirige aos portugueses.

"O que sinto como pessoa é que esta é uma noite muito especial, uma noite de família, de paz, de solidariedade e de amor", afirmou, defendendo que esta quadra é propícia a pensar nos que "estão distantes fisicamente e na sua alma".

"É uma noite em que naturalmente nos sentimos muitos próximos, muito juntos", afirmou.

Muito próximos do Presidente quiseram estar grande parte dos populares que passaram hoje no Barreiro, já que, além dos que eram surpreendidos pela presença do chefe de Estado, outros ligavam a familiares e amigos para que o fossem ver ao vivo.

"Estou a três pessoas de o cumprimentar", dizia uma senhora, que falava ao telefone, enquanto muitos punham os filhos às cavalitas para que o pudessem ver. Alguns aplausos e, de vez em quando, os gritos "Marcelo, Marcelo" marcaram o final da véspera de Natal do Presidente da República, que se deslocou ao Barreiro apenas acompanhado de seguranças.

O percurso, curto, terminou na Tasca Galega, uma das mais emblemáticas, onde havia quem esperasse o Presidente desde as 15:30. Apesar de já ter bebido algumas ginjinhas que lhe iam sendo oferecidas por populares na rua, foi nesta Tasca que o chefe de Estado deixou o brinde: "Feliz Natal para todos os portugueses, os que servem Portugal, tanto os que estão cá como lá fora".