Marcelo espantado com os 10% de água na barragem de Fagilde

Na zona do país onde o abastecimento está mais ameaçado e já é feito parcialmente por auto-tanques, o Presidente da República ouviu os autarcas pedirem apoios ao Governo.

A barragem de Fagilde está a 10% e tem água para 20 dias
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A barragem de Fagilde está a 10% e tem água para 20 dias LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
Marcelo visitou sexta à noite a barragem que abastece 130 mil pessoas
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Marcelo visitou sexta-feira à noite a barragem que abastece 130 mil pessoas LUSA/JOSÉ COELHO;Nuno Andre Ferreira

Marcelo Rebelo de Sousa visitou a barragem de Fagilde (Viseu) na sexta-feira à noite e confessou que não imaginava que em Novembro a barragem estivesse tão seca. Acompanhado pelos presidentes de Câmara de Viseu (Almeida Henriques) e de Mangualde (João Azevedo), o chefe de Estado ouviu dos autarcas a gravidade da situação e os pedidos de apoio ao Governo.

Aproveitando a visita a Viseu para ver o jogo da selecção nacional, o Presidente da República deslocou-se à barragem que abastece 130 mil pessoas dos concelhos de Viseu, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo, e que está apenas a 10% de capacidade, ou seja, tem uma reserva de água para apenas 20 dias.

"Vinte dias, disse? Vinte dias é o final do mês de Novembro, princípio de Dezembro", exclamou Marcelo Rebelo de Sousa, em conversa com os  autarcas, que para assegurar o abastecimento às populações estão há 10 dias a transportar água em camiões cisterna. Segundo a TSF, que acompanhou a visita, João Azevedo explicou ao chefe de Estado que, para restabelecer a normalidade, teria de haver "500 camiões por dia a deitar água dentro da bacia da Barragem de Fagilde".

O município de Viseu gasta por dia 20 mil euros no transporte de água de outras zonas da região em auto-tanques. Almeida Henriques explicou a Marcelo que a câmara pode não aguentar a situação, se ela se agravar, como tudo indica: “Isto é uma situação de emergência, há que haver algum apoio porque não temos capacidade para aguentar esta situação. Se para a semana tivermos de duplicar o abastecimento, passam a ser 40 ou 50 mil euros por dia”, disse na TSF.

O problema é que já começa a haver dificuldades em contratar auto-tanques e a solução de transporte de água por comboio, admitida pelo Governo esta semana, já não vai avançar.

"As Águas de Portugal já quantificaram. O custo é mais elevado por comboio do que por rodovia. E estamos a falar de uma gota de água, 500 metros cúbicos, que cada comboio traria", afirmou Almeida Henriques aos jornalistas, citado pela Lusa.

Segundo o autarca, ao invés do comboio, é preferível apostar na água existente num raio de 40 quilómetros, nomeadamente nas barragens de Balsemão, Vilar e do Planalto Beirão. "E, eventualmente, até estudarmos a possibilidade de mais armazenamento de água no limite do sistema de abastecimento, para podermos fazer mais viagens por dia", acrescentou.

Segundo o autarca, há também a hipótese de aproveitar águas de pequenas captações de pedreiras, recorrendo a Estações de Tratamento de Águas portáteis. Medidas que foram já anunciadas pelo ministro do Ambiente esta semana no Parlamento.

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