Caravela-portuguesa fere uma criança em Sines

Autoridade Marítima Nacional intensificou a vigilância nas praias sob jurisdição da Capitania do Porto de Sines mas não foram encontrados mais exemplares.

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Enric Vives-Rubio

Ao final da tarde do passado domingo, uma criança de 11 anos que nadava na praia Vasco da Gama, em Sines, foi picada por uma caravela-portuguesa (Physalia physalis), que é um organismo pluricelular, do grupo dos cnidários. Na realidade, a caravela-portuguesa é um conjunto de animais que se unificam para se alimentarem de pequenas presas marinhas. 

O gabinete de relações públicas da Autoridade Marítima Nacional (AMN) diz que o piquete da polícia marítima de Sines recebeu a indicação do incidente a 27 de Agosto, cerca das 18h40 e que se deslocou de imediato para o local, “tendo verificado que a criança havia sofrido picada por contacto com uma caravela-portuguesa e apresentava ferimentos nos membros superiores”.

Foi assistida na zona balnear pelos nadadores-salvadores que ali prestam serviço e depoisfoi encaminhada para o Hospital do Litoral Alentejano, onde se encontra em observação. 

A caravela-portuguesa foi retirada da água com o auxílio de uma rede e os elementos da polícia marítima de Sines fizeram buscas na praia Vasco da Gama “não tendo sido localizados quaisquer outros organismos nas imediações”.

Os militares mantiveram-se em vigilância, na terça-feira, nas diversas praias sob jurisdição da Capitania do Porto de Sines e informaram os nadadores-salvadores em serviço para estarem atentos à possibilidade de surgirem novos casos e como actuar, no caso de surgirem mais organismos. Até ao final do horário da assistência e vigilância a banhistas nas praias (19h de terça) “nenhuma situação foi detectada ou reportada” refere a AMN.

Esta entidade alerta para os riscos que decorrem das toxinas libertadas pela caravela-portuguesa: “causam reações cutâneas e dor intensa quando em contacto com a pele. Se for detectado um organismo destes, os banhistas devem manter-se afastados e não tocar, alertando de imediato os nadadores-salvadores das praias e a Polícia Marítima”.

Quando os tentáculos da caravela portuguesa (que podem chegar a ter 20 metros de comprimento, mas a média são 30 centímetros) são tocados, células deste organismo disparam ferrões microscópicos pelos quais são injectadas toxinas que as atordoam ou matam as presas. Quando a “presa” é um banhista, provoca dores intensas, lesões na pele e, em casos mais graves, problemas cardiorrespiratórios.

É o pneumatóforo ou saco cheio de gás que mantém o organismo à superfície das águas, e faz lembrar uma caravela que é empurrada através das correntes oceânicas. A caravela-portuguesa vive nas águas de todas as regiões tropicais dos oceanos, apresenta cores, azul, rosa e roxa, e o veneno que injecta é semelhante à alfa-latrotoxina presente no veneno da aranha viúva negra.

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