Cartas ao director

 Vistas as coisas

Vistas as Cartas ao Director, vistas as notícias das televisões, vistas as peripécias da História do pequenino Portugal (não é a mesma coisa que Portugal dos Pequenitos), podemos concluir:

1. Camões não se poderia candidatar a uma câmara nas próximas eleições, porque esteve preso em Constância (nesse tempo a terra tinha um nome escabroso);

2. Salvo erro, Bocage também não veria a sua candidatura aprovada em Setúbal, porque julgo que também esteve privado da liberdade  e "alguma coisa fez" (o maroto);

3. Como os critérios mudam com os tempos, julgo que Camões nem numa respeitável instituição luso-chinesa poderia ter assento, porque passara pela colónia portuguesa de Macau e o colonialismo representa um cancro no inenarrável passado da Humanidade;

4. Pessoa que não se ria, pois nasceu em Durban, África do Sul, no tempo em que lá a cor da pele ainda clareava as letras da Lei.

 Antides Santo, Leiria

 

Escolhe: escritor ou pregador

 Quem tem medo das palavras, de usar e criar as palavras que bem entender, contra ou a favor de quem quiser, não vai para escritor (para escritor de livros e de jornais), ou escrileitor, neologismo democrático que amo, vai para pregador (ou beato, mais ou menos santo, mais ou menos fanático). Eça de Queirós não tinha medo das palavras. Gregório de Matos não tinha medo das palavras. Lobo Antunes não tem medo das palavras. Rubem Fonseca não tem medo das palavras. Nicolau Tolentino não tinha medo das palavras. Philip Roth não tem medo das palavras. Para pregar, há muito púlpito por aí, ontem, hoje e amanhã: igrejas, seitas, universidades e colégios, farmácias, flyers de propaganda médica e comercial, passe o pleonasmo, porta-vozes de gurus e pseudo-romancistas de aeroporto, partidos e partidos anti-partidos, televisões, associações e ONG, agências de comunicação, multinacionais do corpo e do espírito et alia. Quanto à escrita, tens apenas a tua consciência, a tua "liberdade livre", como escreveu o poeta imortal, uma esferográfica ou um teclado e uma folha em branco, um papel de carta, em papel-mesmo ou pixel-aqui, por exemplo.

Nelson Bandeira, Porto

 

Matança de inocentes

Donald Trump tem razão ao afirmar que os seus antecessores na Casa Branca nada fizeram para conter os ímpetos belicistas do regime norte-coreano. As administrações de Bill Clinton e George W. Bush estavam obcecadas com as inexistentes fábricas de arsenal químico de Saddam Hussein. O resultado foi a destruição de um próspero país. O Iraque era um oásis a comparar com o regime da Coreia do Norte. Barack Obama  usou e abusou da política das sanções económicas contra Pyongyang afectando o nobre povo norte-coreano. Trump ameaça a Coreia do Norte com “fogo e fúria como o mundo nunca viu”. Está em marcha mais uma matança de inocentes.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

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