Patrícia arriscou pouco e Susana saltou com dores

As duas portuguesas ficaram de fora das oito primeiras no triplo salto. Nelson Évora qualificou-se tranquilamente e vai defender a sua medalha de bronze.

Fotogaleria
Patrícia Mamona foi 9.ª Reuters/DYLAN MARTINEZ
Fotogaleria
Reuters/KAI PFAFFENBACH
Fotogaleria
Reuters/FABRIZIO BENSCH
Fotogaleria
Susana Costa foi 11.ª EPA/DIEGO AZUBEL
Fotogaleria
Reuters/DYLAN MARTINEZ
Fotogaleria
Reuters/FABRIZIO BENSCH
Fotogaleria
A venezuelana Yulimar Rojas foi a campeã do triplo salto Reuters/DYLAN MARTINEZ
Fotogaleria
Reuters/KAI PFAFFENBACH
Fotogaleria
Reuters/DYLAN MARTINEZ
Fotogaleria
Reuters/FABRIZIO BENSCH
Fotogaleria
Reuters/TOBY MELVILLE
Fotogaleria
Reuters/DYLAN MARTINEZ
Fotogaleria
Reuters/MATTHEW CHILDS

Patrícia Mamona e Susana Costa assistiram pela televisão aos festejos de Yulimar Rojas, fruto daquela que era a primeira medalha de ouro em Mundiais de atletismo da República Bolivariana da Venezuela. As duas portuguesas já não estavam junto à caixa de areia do Estádio Olímpico de Londres porque não saltaram suficientemente longe para poderem ter mais três ensaios na final do triplo feminino. Patrícia foi quem ficou mais perto dos três saltos finais, a apenas um centímetro, enquanto Susana, que tinha feito um recorde pessoal na qualificação, ficou bastante mais longe, fazendo ambas pior que na final olímpica do ano passado.

A saltadora do Sporting foi quem ficou mais perto da final. Os 14,12m que fizera ao terceiro ensaio davam-lhe o oitavo lugar e consequente acesso aos três saltos finais, mas a espanhola Ana Peleteiro conseguiu um recorde pessoal de 14,23m no terceiro salto que a colocou no sétimo lugar e atirou a portuguesa para o nono posto e para fora da competição por um centímetro — a jamaicana Shanieka Ricketts foi a última apurada, com um salto a 14,13m. Quanto à atleta do Benfica, não esteve na luta pela qualificação, fazendo o seu melhor ao segundo salto (13,99m), depois de um ensaio nulo na primeira tentativa e um ligeiramente mais curto na terceira (13,97m).

O nulo que Patrícia Mamona fez logo ao primeiro ensaio, diz, tirou-lhe a vontade de arriscar nos outros. “Deixou-me nervosa, e tinha de jogar um bocadinho pelo seguro. Quem me conhece sabe que eu valho muito mais que isto. Agora é saber lidar com a derrota, porque isto, para mim, foi uma derrota”, lamentou a portuguesa, campeã europeia em título.

Nesta sua primeira final de Mundiais, Patrícia acabou por fazer pior que na final dos Jogos em 2016, em que fora sexta com um recorde nacional de 14,65m. “Esperava que hoje fosse ‘o’ dia, estava muito bem, mas o meu dia vai chegar. É triste porque sentia que tinha mesmo mais para dar. Não foi um problema de treino. Mas a sorte também conta um bocadinho aqui. Aprendi que devo controlar melhor os nervos e não ter medo de arriscar. Resguardei-me um bocadinho de mais e se calhar foi demasiado para o que devia ser”, acrescentou.

Susana Costa também ficou aquém do que tinha feito no Rio de Janeiro (9.º) e abaixo da prestação rubricada dois dias antes na qualificação, com um recorde pessoal no terceiro salto (14,35m). A saltadora benfiquista admitiu que, tanto na qualificação, como na final, saltou com dores. “Lutei até ao fim. Quem me segue sabe que este ano não foi fácil para mim”, começou por dizer a atleta, entre lágrimas. Mas foi o treinador João Ganço que lhe disse para lutar e ultrapassar as dificuldades que estava a sentir. “Estou orgulhosa de mim e não estou a dar as dores como desculpa. Acredito que vou conseguir fazer mais coisas.”

Sem as portuguesas, a luta pelas medalhas foi renhida e de nível muito alto. Rojas vingou a derrota no Rio e conquistou o ouro com 14,91m, batendo por dois centímetros a colombiana Caterine Ibargüen (14,89m). A cazaque Olga Rypakova ficou em terceiro, com 14,77m.

Nova final para Nelson

Relativamente tranquila foi a qualificação de Nelson Évora para a final do triplo masculino. O saltador português nem precisou de fazer a marca de qualificação exigida (17m) para ser um dos 12 participantes na final da próxima quinta-feira (20h20). Depois de um salto cauteloso a 16,64m, Évora voou para os 16,94m no segundo ensaio e já não se empenhou muito no terceiro, que usou para testar a corrida e que acabou por ser nulo. Apenas quatro fizeram marca para qualificação directa, dois norte-americanos (Chris Bernard e Christian Taylor) e dois cubanos (Cristian Nápoles e Andy Diaz).

Agora treinado pelo cubano Iván Pedroso, Évora consegue, assim, um lugar na final para defender a sua medalha de bronze conquistada há dois anos, em Pequim, sendo que o seu currículo já inclui um título mundial em Osaca 2007 e uma medalha de prata em Berlim 2009. Depois da qualificação, Évora passou disparado pela zona mista sem querer prestar declarações e, mais tarde, através da sua assessoria de imprensa, garantiu que se sente em boa forma: “Senti-me bem, mas a falta de competições a nível internacional pesou um bocadinho. Estou em muito boa forma, embora tenha feito muitos acertos à corrida. Sinto-me bem, estou tranquilo, sempre estive tranquilo e sereno, mas na final quero soltar tudo cá para fora.”

Antes de a equipa do triplo entrar em acção, David Lima fez uma segunda aparição nestes campeonatos e conseguiu qualificar-se para as meias-finais dos 200m, depois de se ter ficado pelas eliminatórias nos 100m. Lima, imigrante português em Inglaterra e treinado pelo antigo campeão Lindford Christie, foi quinto na sua série, com 20,54s, mas conseguiu ser o último dos repescados.     

Sugerir correcção
Ler 1 comentários