Corpo de Intervenção recusou-se mesmo a entrar no estádio, insiste sindicato

Pagamento do serviço gratificado nos jogos de futebol na origem de protesto que direcção da PSP nega ter existido.

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Há anos que o Corpo de Intervenção reclama pagamento de serviço gratificado nos jogos de futebol Martin Henrik

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) insistiu em que os elementos do Corpo de Intervenção se recusaram de facto no domingo a fazer policiamento dentro do estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.

Fonte da direcção da ASPP adianta que os cerca de 30 elementos da PSP do Porto destacados para fazer o policiamento, do jogo de futebol entre o Vitória de Guimarães e o Futebol Clube do Porto, "informaram a hierarquia que não iam entrar" no recinto desportivo, como forma de protesto contra o não pagamento do serviço gratificado a estes profissionais. Apenas acompanharam os adeptos do Porto entre os autocarros e a entrada do estádio, tendo o policiamento do campo de futebol sido feito pelos seus colegas das equipas de intervenção rápida, que ao contrário do Corpo de Intervenção recebem gratificados para fazerem este serviço.

Em comunicado emitido esta segunda-feira a direcção nacional da PSP negou que tenha ocorrido qualquer protesto, esclarecendo que o jogo de futebol decorreu dentro da normalidade e de acordo com o planeamento elaborado pelo comando distrital da PSP de Braga.

"Os polícias do Corpo de Intervenção, que, ao longo dos anos, têm sabido cumprir exemplarmente todas as missões que lhe são atribuídas, incluindo em jogos de futebol de risco elevado, cumpriram mais uma vez o planeado e o que deles se esperava, garantindo a deslocação em segurança dos adeptos do clube visitante e ficando de reserva nas imediações do estádio, durante todo o decurso do jogo", adianta o comunicado.

Já ASPP assinala ser perceptível nas imagens de televisão estarem dentro do estádio apenas os elementos das equipas de intervenção rápida. Já na sexta-feira a associação sindical tinha avisado que iriam ser realizadas várias acções de protesto no início do campeonato de futebol, por causa do pagamento dos gratificados. A ASPP tem alertado o Governo para a necessidade de rever os modelos de policiamento neste tipo de jogos de futebol, por considerar que os clubes devem pagar este trabalho aos polícias. Defende que as empresas que organizam os eventos sejam responsáveis pela sua segurança, pagando, como qualquer outra, o que está estipulado na lei para utilização dos serviços da polícia nas suas horas de descanso.

Esta terça-feira a associação sindical vai realizar uma reunião para definir formas de luta em futuros jogos, caso não tenha resposta da tutela.

 

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