Eder, Renato Sanches e João Mário perderam espaço

O PÚBLICO foi olhar para o que aconteceu na carreira dos 14 jogadores portugueses que jogaram na final do Euro 2016, um ano depois da conquista do título europeu.

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Éder Kai Pfaffenbach/Reuters

Quando há um ano o árbitro inglês Mark Clattenburg apitou pela última vez na final do Euro 2016, Raphaël Guerreiro, João Mário, Renato Sanches e Nani já sabiam que, após as férias, iriam ter um upgrade nas suas carreiras. Titulares no Stade de France, os quatro jogadores transferiram-se para clubes de topo no futebol europeu, mas apenas o defesa terminou a temporada com balanço positivo.

A 17 de Maio de 2016, quando Fernando Santos anunciou os 3 convocados para o Europeu de França, dois nomes geraram polémica. Apesar de atravessar um bom momento em Lille – seis golos em 14 jogos -, Éder estava longe de reunir consenso e a exibição de André Silva na final da Taça de Portugal, poucos dias antes do anúncio de Fernando Santos, foi o combustível que os críticos do luso-guineense precisavam. Igualmente contestada, foi a inclusão nos eleitos de Renato Sanches. Sem qualquer jogo na qualificação, o médio tinha feito a estreia pela principal selecção portuguesa apenas dois meses antes, mas a fulgurante segunda metade de época no Benfica, premiada com uma milionária transferência para o Bayern, convenceu Santos.

Apesar das críticas, as escolhas do seleccionador nacional foram validadas pelo desempenho dos jogadores: Renato Sanches justificou a titularidade nos últimos três jogos; Éder marcou o golo mais importante da história do futebol português. No entanto, a “ressaca” do Europeu revelou-se difícil para os dois. No ponto de mira da frustração francesa, Éder foi quase sempre assobiado nos estádios da Ligue 1 e as exibições do avançado andaram sempre a par do desempenho do Lille: sofríveis ou medianas. Como consequência, o herói de Saint Denis foi paulatinamente perdendo espaço na selecção e, perante a afirmação de André Silva, não foi convocado para a Taça das Confederações.

Para Renato Sanches, o desfecho foi similar, mas a história tem contornos diferentes. A ascensão meteórica no Benfica valeu ao atleta um salto de gigante para Munique e, para o jovem de 19 anos, o primeiro ano no Bayern foi passado quase sempre no papel de actor secundário. Com concorrência de luxo (Vidal, Alonso ou Alcântara), Renato foi utilizado em 25 partidas, números que até podiam ser considerados positivos para um jovem da sua idade, mas a perda do protagonismo a que estava habituado pareceu afectar o médio psicologicamente e o (fraco) desempenho no Europeu sub-21, após ter sido preterido nas escolhas para a Taça das Confederações, foi o culminar de uma época atribulada.

João Mário e Nani também trocaram de clubes após o Europeu e, 365 dias depois da final do Stade de France, estão com a cotação em baixa. Transferido para o problemático Inter de Milão, uma máquina trituradora de jogadores e treinadores, João Mário foi titular em 22 jogos da Serie A, mas nunca se exibiu ao nível da última época no Sporting. De volta aos grandes palcos do futebol europeu, após uma passagem pela Turquia, Nani não encontrou em Valência a estabilidade que precisava e numa época com algumas lesões, o extremo terminou com números modestos: 26 jogos, cinco golos.

Embora não tenha sido isenta de problemas – algumas lesões não ajudaram -, a mudança de ares de Raphaël Guerreiro foi mais proveitosa. O talentoso defesa trocou o modesto Lorient pelo poderoso Borussia Dortmund e não demorou a convencer os adeptos germânicos, apesar de ter sido muitas vezes utilizado por Thomas Tuchel no meio campo.

Para os restantes oito jogadores que vestiram a camisola de Portugal na final, estabilidade foi a palavra de ordem, apesar de Pepe não ter sido tão protagonista como era hábito em Madrid. No entanto, para o defesa português, que vai agora mudar-se para o Besiktas, a época foi um sucesso a nível colectivo. E é aí que entra Cristiano Ronaldo. Após a montanha-russa de emoções porque passou na final do Europeu, o capitão da selecção nacional privilegiou a qualidade em vez da quantidade e, apesar de na soma de todas as competições ter marcado menos do que o habitual – pela primeira vez nas últimas sete época ficou abaixo da barreira dos 50 golos –, foi o melhor marcador da Liga dos Campeões e acrescentou ao seu currículo mais uma mão cheia de recordes.

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