PCP e BE dizem que greve dos médicos visa melhorar SNS

“As reivindicações dos sindicatos são para valorizar o SNS e o trabalho médico”, declarou Miguel Tiago.

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Miguel Tiago, deputado do PCP Enric Vives-Rubio

PCP e Bloco de Esquerda consideram que a greve dos médicos pode ser um passo para melhorar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dizem que as conquistas dos profissionais são as conquistas dos utentes.

Um deputado do PCP e outro do Bloco de Esquerda estiveram nesta quarta-feira no hospital de Santa Maria, Lisboa, onde o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) realizou um balanço da adesão à greve na manhã do primeiro dia de paralisação nacional convocada pelos dois sindicatos médicos.

O deputado comunista Miguel Tiago considerou que qualquer conquista que resultar desta greve de médicos é “uma conquista para os portugueses e para os utentes do SNS”.

“As reivindicações dos sindicatos são para valorizar o SNS e o trabalho médico”, declarou Miguel Tiago à agência Lusa.

Também o deputado do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira quis solidarizar-se com os médicos em greve.

“O Bloco associa-se e todos os utentes devem estar com esta greve”, afirmou Moisés Ferreira à Lusa.

“Percebemos que a greve tem impacto [para os utentes], mas é uma greve feita para melhorar o SNS”, acrescentou.

Consultas e cirurgias programadas devem ser as mais afectadas nestes dois dias de greve, com os profissionais a cumprirem obrigatoriamente os serviços mínimos, que contemplam as urgências, quimioterapia e radioterapia ou transplantes.

A paralisação foi convocada pelos dois sindicatos médicos para hoje e quinta-feira e é a primeira destes profissionais de saúde que enfrenta o ministro Adalberto Campos Fernandes.

Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e Federação Nacional dos Médicos (FNAM) reivindicam um conjunto de 30 pontos e queixam-se de que o Governo tem empurrado as negociações ao longo de um ano, sem concretizações, e demonstrando falta de respeito pelos profissionais.

Limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais, em vez das actuais 200, imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência e diminuição do número de utentes por médico de família são algumas das reivindicações sindicais.

Os sindicatos também querem a reposição do pagamento de 100% das horas extra, que recebem desde 2012 com um corte de 50%. Exigem a reversão do pagamento dos 50% com retroactividade a Janeiro deste ano.

O Ministério da Saúde tem dito que não negoceia sob pressão e considera-se empenhado no diálogo com os sindicatos médicos.

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