Já houve 20 acidentes mortais com avionetas e ultra-leves desde 2010

Segundo os relatórios sobre acidentes com aeronaves civis, 2012 foi o ano com mais mortes registadas (10) entre 2010 e 2017 e em 2011 não houve acidentes fatais.

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Em 2016 morreu uma pessoa no único acidental fatal de aviação ligeira de 2016 LUIS EFIGENIO

O número de mortes resultantes das 20 quedas de avionetas e ultra-leves desde 2010 ascende a 35, contando com as cinco vítimas do acidente desta segunda-feira. Vasco Chichorro, director da instrução da Escola de Aviação Nortávia, no Porto, defende que “dizer que há muitos acidentes com aeronaves ligeiras é falso".

Dos 20 acidentes de aeronaves mortais ocorridos desde 2010 até hoje, quatro aconteceram em 2010, nenhum em 2011, seis em 2012, um em 2013, dois em 2014, cinco em 2015, um em 2016 e um em 2017, segundo números do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves. Este organismo enviou os seus dois únicos investigadores para o local do acidente de Tires para se apurarem as causas.

Apesar destes números, Vasco Chichorro garante ao PÚBLICO que o perigo é pouco. “A margem de risco existe sempre - e em tudo - mas nos voos em pequenas aeronaves certificadas esta é muito pequena”, garante. E explica as razões da sua certeza: “A manutenção dos aviões é levada a sério”. Por isso, defende, "acidentes vão acontecer sempre, mas nas aeronaves pequenas são muito poucos". 

As razões dos acidentes na aviação ligeira e ultra-leves podem ter a ver, por exemplo, com falhas estruturais do avião ou dos instrumentos que o equipam, com condições meteorológicas adversas como tempestades e ventos fortes ou com operações em zonas com relevos acentuados, como terrenos montanhosos, mas o operador de aeronaves Vasco Chichorro acredita que o erro humano é uma das principais causas: “A máquina que mais falha nisto tudo é o homem”.

O primeiro acidente fatal de aeronaves em 2017 foi o desta segunda-feira, em Tires, quando uma avioneta de matrícula suíça caiu com quatro pessoas a bordo (três franceses e um suíço), que morreram. O avião descolou do aeródromo de Tires, tendo-se despenhado cerca de dois mil metros depois e caído perto de um supermercado. Morreu uma quinta pessoa que estava na zona de descargas desta superfície comercial.

Texto editado por Ana Fernandes

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