Papa aberto ao estudo de ordenação de homens casados

Francisco diz porém que a remoção da regra do celibato não é a solução para a escassez de sacerdotes católicos.

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"Devemos considerar se é uma possibilidade e determinar quais as tarefas que podem realizar, por exemplo, em comunidades remotas", diz o Papa Tony Gentile / Reuters

O Papa Francisco disse esta quinta-feira que a Igreja deve estudar se é possível ordenar homens casados para ministrar em comunidades remotas onde não existem padres.

Numa entrevista publicada no jornal Die Zeit, o Papa disse que a remoção da regra do celibato não é a solução para a escassez de sacerdotes católicos, mas mostrou abertura para estudar se os "viri probati" – ou homens casados de fé comprovada – poderiam ser ordenados. "Devemos considerar se 'viri probati' é uma possibilidade, e determinar quais as tarefas que podem realizar, por exemplo, em comunidades remotas", disse.

A proposta "viri probati" existe há décadas, mas tem tido maior visibilidade com este Papa, em parte graças aos desafios que a Igreja enfrenta em lugares como o Brasil, um país católico de grande dimensão e com uma escassez aguda de sacerdotes.

O cardeal brasileiro Claudio Hummes, amigo de longa data do papa Francisco e ex-chefe de gabinete do Vaticano para o clero, tem vindo a pressionar para que sejam permitidos os "viri probati" na Amazónia, onde a Igreja conta com um sacerdote por cada 10.000 católicos.

Na entrevista, Francisco disse ainda que, além de Portugal (peregrinação do 12 e 13 de Maio, no Centenário das Aparições de Fátima), está na sua agenda deslocar-se à Colômbia este ano, bem como à Índia e ao Bangladesh, apontando ainda como uma possibilidade uma visita ao Egipto.

Nesta primeira grande entrevista a um jornal alemão, o Papa Francisco falou ainda dos perigos do populismo crescente nas democracias ocidentais, dizendo que "o populismo é maligno e acaba mal como o século passado mostrou", e considerando que os períodos de crise são também uma oportunidade para crescer. 

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