Um olhar sobre o potencial internacional do Super Bowl

O campeão da NFL vai ser encontrado no domingo, em Houston, mas a “exportação” da competição tem vindo a ganhar adeptos e consistência.

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Jogo em Wembley em Outubro passado: Cincinnati Bengals contra Washington Redskins Paul Childs/Reuters

Imaginem este cenário: é 2025 e os London Monarchs estão a lutar pela glória com os Green Bay Packers no Super Bowl. Ou olhemos um pouco mais para a frente, para um despique entre os Berlin Barons e os Dallas Cowboys, no Arizona, em 2029. Estas imagens são, claro, ficção para já, mas poderão vir a aprximar-se da realidade à medida que ganha força a estratégia de expansão global da NFL (National Football League).

Ao longo da última década, a NFL realizou jogos da época regular no Reino Unido, uma política que é agora seguida no México, e o sucesso da experiência em Londres faz da cidade a mais forte candidata a acolher a primeira equipa do campeonato norte-americano em território estrangeiro. “Há uma lógica de crescimento que diz que se continuarmos a angariar adeptos e a ver crescer a paixão pelo jogo, no limite, a melhor forma de expressão desse interesse é criar uma equipa própria”, defende Mark Waller, vice-presidente executivo da NFL, em declarações à agência Reuters.

O dirigente, de resto, não esconde a vontade de alargar os “tentáculos” do futebol americano a países como o Canadá ou paragens mais longínquas como a Alemanha e a China. Até porque, em 2015, a NFL estendeu o seu compromisso de fazer jogos da época regular fora de portas até 2025 — e esse acordo abriu-lhe as portas do Estádio de Wembley no ano passado.

“De cada vez que jogamos a nível internacional e acrescentamos países à nossa lista sentimos mais confiança nesta estratégia de exportar encontros da época regular como forma de levar aos adeptos uma verdadeira experiência da NFL”, prossegue Waller. Este caminho, porém, esconde algumas curvas e lombas a dada altura. “A nossa principal dificuldade é encontrar equipas que estejam prontas para prescindir de um jogo em casa e ir jogá-lo no estrangeiro, porque cada uma só tem garantidas oito partidas em casa na temporada regular”.

Enquanto os fãs da NFL se preparam para o grande acontecimento da época, o Super Bowl de domingo à noite em Houston, com o título a ser decidido entre os New England Patriots e os Atlanta Falcons, para já está fora de equação “hospedar” um dos maiores eventos desportivos do mundo fora dos EUA. Para já...

“Eu acredito piamente que nunca devemos dizer nunca. Acredito que venha a ser uma possibilidade, mas não uma realidade no curto prazo”, anota Mark Waller, lembrando que há muitas cidades no país que acolhem equipas da NFL e que nunca receberam o Super Bowl. E a essas possíveis sedes do encontro decisivo que será dada prioridade. Reuters     

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