Associação promove em Paris os "Estados Gerais da Lusodescendência"

O grupo Resistência actua este domingo à noite na simbólica sala do Bataclan, em Paris, no final do debate promovido pela Cap Magellan sobre o conceito de lusodescendência.

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Os Resistência actuam esta noite na simbólica sala do Bataclan, em Paris daniel rocha

O grupo Resistência sobe este domingo ao palco do Bataclan, em Paris, no âmbito do 25.º aniversário da associação de jovens lusodescendentes Cap Magellan que organiza os "Primeiros Estados Gerais da Lusodescendência".

O concerto vai contar com uma homenagem às vítimas dos atentados de 13 de Novembro de 2015, nomeadamente a Precilia Correia, que morreu no ataque ao Bataclan, e Manuel Dias, que morreu no ataque ao Stade de France, de acordo com o comunicado de imprensa enviado à Lusa.

São esperadas 1.700 pessoas para assistir ao espetáculo, segundo o comunicado, sendo a primeira parte assegurada pela cantora franco-angolana Lúcia de Carvalho e pelo lusodescendente Dani Selva, dois vencedores do Prémio Cap Magellan de melhor revelação artística 2016.

"Para encerrar um fim de semana que vai festejar a lusofonia e os 25 anos da associação, a Cap Magellan retoma os seus concertos históricos nas salas parisienses e escolheu, desta vez, o Bataclan, símbolo de resistência e de liberdade, para apresentar um dos maiores grupos da cena pop portuguesa: Resistência", indica o documento.

Além do concerto no Bataclan, a Cap Magellan debate, durante o fim de semana, o conceito de lusodescendência, na Maison du Portugal - André de Gouveia, sob o título "Primeiros Estados Gerais da Lusodescendência".

As sessões são dedicadas à "promoção da língua portuguesa", à "participação cidadã dos lusodescendentes" e à "promoção da cultura: exemplo do turismo e da memória", com o intuito de "criar uma rede nacional de pessoas ativas capazes de promover campanhas e organizar acções nacionais", para "tornar mais visível esta presença lusófona" em França.

A Cap Magellan foi fundada a 24 de Novembro de 1991, em Paris, tendo sido "a primeira associação de jovens lusófonos e lusófilos" a trabalhar na promoção da língua portuguesa e da cultura lusófona.

A associação coorganiza, anualmente, a gala de aniversário da implantação da República em Portugal, na Câmara Municipal de Paris, organiza fóruns de emprego, concertos, campanhas de segurança rodoviárias para os emigrantes, campanhas de sensibilização para o voto, publicando, ainda, uma revista cultural "CAPMag" e atribuindo bolsas de estudo, entre outras actividades.

Os Resistência prometem levar ao Bataclan "um concerto de esperança", nas palavras do cantor Miguel Ângelo. "Há letras nas canções da Resistência que podem contar todas as histórias e podem também apontar todas as esperanças. Eu acho que o concerto vai ser também um concerto de esperança", disse no sábado, em conferência de imprensa, em Paris, Miguel Ângelo.

O cantor lembrou que a sala está esgotada e que o concerto de domingo marca o regresso do grupo a Paris - que actuou na sala Zénith a 4 de Fevereiro de 1994 -, tendo Fernando Cunha indicado que, além dele próprio, de Tim, de Miguel Ângelo e de Olavo Bilac, os músicos que vão subir ao palco são Fernando Júdice, Pedro Jóia, Mário Delgado, Alexandre Frazão e José Salgueiro.

Miguel Ângelo acrescentou que vão ser cantadas "as palavras da Resistência" e homenageadas as vítimas dos ataques terroristas de 13 de Novembro de 2015, em Paris, que fizeram 130 mortos, 90 no Bataclan.

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