Cartas ao director

A grande política

A vida política para além duma vocaçã, é a  paixão por um trabalho assente no bem estar comunitário, não procura os exagerados bens materiais, mas  a satisfação de um dever público bem exercido, sem patrões, sem chefes que  coartam as iniciativas,  cumprindo  somente a legislação, granjeia os aplausos de todos. Os políticos de referência, ainda que com as suas ideologias próprias, estão sujeitos a uma certa dependência das correntes partidárias.

Cabe aos eleitos, sem atraiçoarem esses laços políticos, conseguirem emergir e imporem as soluções mais favoráveis aos cidadãos. Como diz João Miguel Tavares, no PÚBLICO, referindo Mário Soares, o grande politico é o que exerce a sua influencia nos momentos fundamentais. Mário Soares bem ou mal compreendido, com decisões bem ou mal  tomadas, está na galeria dos grandes políticos.

Duarte Dias da Silva, Lisboa

Democracia sem mãe

O machismo pontifica na sociedade portuguesa. Afinal, a democracia lusa não tem “mãe”. Maria Lamas, Virgínia de Moura, Margarida Tengarrinha ou Maria de Lourdes Pintassilgo ,entre outras, podia ser a “mãe” da democracia portuguesa .A ascensão da mulher no mercado de trabalho e na política é multiplicativa.  É um exagero afirmar Mário Soares como o campeão da luta pela liberdade e democracia.

As manifestações políticas rememorativas não podem elevar o culto da personalidade. Os quadros políticos forjados na luta clandestina contra o Estado Novo são “pais", ”mães”,”filhos” e “netos” da democracia. Saibamos honrar a memória de todos os activistas anónimos  que perderam a vida na luta pela democracia e liberdade.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

O erro de vender o NB

Nos últimos seis meses, o FTSE índex, que agregas as acções dos maiores bancos mundiais, cresceu cerca de 24%, invertendo a tendência de queda desde 2013. Com a subida das taxas de juro nos EUA, da rentabilidade das obrigações dos países ocidentais e da inflação, os investidores perspectivam a melhoria significativa dos resultados das entidades bancárias. Estes benefícios serão reforçados pela reestruturação do sistema financeiro, através do corte  de balcões e funcionários e expansão de tecnologia. Além disso, os bancos poderão expandir as suas actividades para fora dos limites nacionais, o que constituirá uma oportunidade para a instituições portuguesas, a braços com a estagnação do mercado interno.

Desta forma, parece-me um tremendo erro vender o Novo Banco, nas condições propostas, uma vez que o preço oferecido de 750 milhões de euros é manifestamente baixo, em relação ao real valor da instituição e ainda serão exigidas garantias adicionais num montante próximo dos 2000 milhões de euros. O referido comprador não possui uma estratégia séria que privilegia um das entidades financeiras mais importantes do país. O governo deveria, ainda que no curto prazo implicasse um custo para os contribuintes, adiar a privatização.

João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim

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