Greve dos SAMS com 100% de adesão em alguns serviços médicos

Trabalhadores contestam a suspensão das convenções colectivas de trabalho decidida pelo Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas.

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Os vários sindicatos que convocaram o protesto aguardam audiência na Comissão Parlamentar do Trabalho e da Segurança Social Rui Gaudêncio

A adesão à greve desta quarta-feira dos trabalhadores dos Serviços de Assistência Médico-Social (SAMS) dos bancários atingiu os 100% nos serviços de urgência do hospital, adiantou à Lusa uma fonte sindical.

Os trabalhadores do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) estão em greve, encontrando-se concentrados junto ao Hospital SAMS e Centro Clínico, em Lisboa, onde deverão aprovar uma moção e fazer uma conferência de imprensa.

Em greve estão trabalhadores administrativos do sindicato e pessoal médico e enfermeiros que prestam serviço nos SAMS, o subsistema de saúde dos bancários que é gerido pelo sindicato dos bancários.

O dirigente sindical Rui Marroni adianta que em causa está a suspensão pelo sindicato das convenções colectivas de trabalho e a degradação das condições de trabalho.

"Neste momento temos uma adesão a 100% nos serviços de urgência do hospital, onde estão a ser cumpridos os serviços mínimos pelos profissionais que estão escalados e no centro clínico a adesão é total no serviço de fisioterapia", adiantou.

Rui Marroni salientou à Lusa que muitos trabalhadores têm dito que "foram trabalhar porque estão a recibo verde e contrato a termo e outros dizem estar a ser intimidados para comparecer ao trabalho". "Os motivos [da luta] têm que ver com a falta de negociação com o sindicato dos bancários. Desde 2011 que apresentaram uma proposta de denúncia das convenções colectivas que iniciámos as negociações. Estas decorreram regularmente até Outubro de 2013 e depois disso deixaram de marcar reuniões e pararam o processo negocial sem qualquer explicação", explicou.

O dirigente sindical disse que em Novembro os trabalhadores tiveram a informação de que tinha sido requerida a caducidade das convenções colectivas de trabalho, levando os trabalhadores a avançar para a greve. "Esta situação revoltou e indignou os trabalhadores, porque não faz qualquer sentido uma estrutura que é um sindicato estar a acabar com a contratação colectiva na sua instituição", disse.

Rui Marroni adiantou ainda que os sindicatos enviaram, em Outubro, um pedido de audiência à Comissão Parlamentar do Trabalho e da Segurança Social para denunciar estas situações, mas até agora não obtiveram qualquer resposta.
"Quero também chamar a atenção para o facto de estamos a assistir nos SAMS ao encerramento de unidades, o que não faz sentido depois de terem sido feitas obras de grande qualidade para depois encerrarem a urgência pediátrica, a clínica de Setúbal e várias consultas espalhadas pelo centro e sul do país, área do sindicato", disse. De acordo com Rui Marroni, foram evocados para o encerramento motivos relacionados com falta de rentabilidade e falta de utentes.

"Estranho, porque há um ano o anterior presidente da comissão executiva, que agora é ministro da Saúde, dizia que tinha havido um acréscimo de utentes e a facturação tinha atingido números nunca atingidos e grande fluxo de pessoas aos serviços", disse.

Os trabalhadores abrangidos pela greve são os afectos ao Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Sindicato dos Médicos da Zona Sul, Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde, Sindicato Nacional dos Profissionais Farmácia e Paramédicos e Sindicato dos Fisioterapeutas Portugueses.

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