A arbitragem não foi o único problema do Sporting no Bonfim

O clube lisboeta perdeu no terreno do Vitória de Setúbal e é eliminado da Taça da Liga.

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O Sporting sentiu muitas dificuldades no Estádio do Bonfim LUSA/MIGUEL A. LOPES

José Couceiro apostou no seu melhor “onze”, o Vitória de Setúbal ganhou e apurou-se para a final a quatro da Taça da Liga. Jorge Jesus fez uma equipa com mais suplentes que titulares, o Sporting perdeu e foi eliminado da competição que o seu treinador já conquistou por cinco vezes. No terceiro confronto da época entre as duas equipas, os sadinos venceram por 2-1 no Bonfim e seguem em frente na terceira competição do futebol nacional porque, no conjunto dos três jogos, a média de idades dos jogadores utilizados por Couceiro foi mais baixa do que os jogadores utilizados por Jesus, já que ambas as equipas ficaram iguais em pontos (6) golos marcados (3) e sofridos (2). E tudo aconteceu da forma mais dramática possível.

O Vitória marcou primeiro na fase inicial da primeira parte, o Sporting empatou já na fase final do jogo, os sadinos carimbaram o apuramento no último minuto de compensação com um penálti. Em poucas linhas, foi este o filme do jogo. Pode haver dúvidas sobre se há falta de Douglas sobre Edinho (há toque do brasileiro, se foi o suficiente para o árbitro Rui Oliveira assinalar penálti, é outra conversa), mas não há dúvidas sobre quem levou o jogo mais a sério. Essa equipa foi o Vitória.

Mais uma vez, Jesus voltou a dar oportunidade a muitos que não convenceram e deixou de fora os seus jogadores mais decisivos, o melhor marcador (Bas Dost) e o melhor assistente (Gelson Martins). Couceiro apresentou o seu “onze” de gala, com a excepção de Geraldes e Gauld, impedidos de jogar por serem emprestados pelos “leões”. As equipas trocaram oportunidades flagrantes nos primeiros dez minutos, logo a abrir Nuno Santos a fazer Beto brilhar na baliza “leonina”, aos 10’ Vasco Fernandes tira em cima da linha de golo um remate de Elias.

Depois, aos 19’, o golo. Canto para o Vitória, Frederico Venâncio escapa facilmente à marcação deficiente de Bryan Ruiz, cabeceia ao poste e ainda consegue ir à recarga. Era um resultado que chegava aos sadinos, que beneficiavam no desempate pelas idades. O Sporting teria de ir buscar, pelo menos o empate, mas pouco fez por isso na primeira parte e Jesus voltou atrás nas suas opções. Depois do intervalo Bas Dost e Gelson Martins já estavam em campo.

Poucas vezes os “leões” se aproximaram da baliza de Bruno Varela, mas aos 79’, lá valeu a presença de Dost e dos seus 1,96m de altura. O holandês recebeu uma bola longa e assistiu Elias para o golo do empate, suficiente para o Sporting seguir em frente e eliminar o Vitória. Os sadinos foram para a frente, deixaram menos gente na retaguarda e, neste período, o Sporting podia ter ficado absolutamente tranquilo – André falhou dois golos incríveis nos últimos minutos. Depois, veio o tal lance com Douglas e Edinho. E o antigo internacional português, o jogador mais velho da sua equipa, foi um exemplo de calma e bateu o outro veterano que estava na baliza. Houve invasão de campo dos dois lados, o Vitória para festejar, o Sporting para protestar com o árbitro (e o protesto continuou após o jogo com o silêncio dos "leões", que não prestaram declarações) , mas com a consciência de que eventuais erros de arbitragem não foram o seu único problema.

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