E agora, a COP22 em Marraquexe

Juntos somos a alternativa para um futuro à prova de clima!

No passado dia 4 de novembro entrou em vigor o Acordo de Paris. E esta é uma boa notícia porque este visa fazer face às alterações climáticas com base em contribuições voluntárias que refletem a vontade de todos os países que fazem parte das Nações Unidas e o assinaram. 193 países! Todos! Do mais rico ao mais pobre! Um feito!  Para além disto, o tempo que decorreu desde a aprovação do documento em dezembro do ano passado até agora é um recorde para um Instrumento Internacional! Outro feito! E qual é o objetivo do Acordo de Paris? Com base na ação conjunta de todos os signatários reduzir as emissões de gases de efeito de estufa (GEE) a um nível que permita limitar o aumento médio da temperatura global idealmente a 1,5ºC e aumentar a capacidade adaptativa das pessoas e dos ecossistemas para minimizarem os impactes negativos inevitáveis e que já ocorrem.

Depois, no dia 7 de novembro, começou em Marraquexe, Marrocos, a que é conhecida como a COP22 – a vigésima segunda Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para o Clima. Esta tem como principal objetivo definir o quadro para a implementação do Acordo de Paris, ou seja, chegar a consenso sobre as regras que todos os países que já ratificaram, e os que venham a ratificar, terão que cumprir para salvar o mundo!

E depois, no dia seguinte, Donald Trump, considerado uma ameaça aos avanços na proteção do clima e do ambiente, foi eleito Presidente num país que é considerado chave para qualquer avanço nesta agenda!

E agora?

E agora a COP 22 continua a decorrer em Marraquexe até ao fim desta semana. O lema é atuar! E, portanto, a definição destas regras, que nesta Conferência se limitam grandemente a discussões sobre processo, ou seja, como serão feitas as negociações daqui para frente, são o primeiro passo da ação dentro do espaço das negociações multilaterais. E pode parecer que discutir o processo é uma perda de tempo para quem tem urgência em atuar.

Isto porque, à parte da COP22, aqui em Marraquexe e no resto do mundo, as emissões de GEE continuam a crescer e os impactes das alterações climáticas a serem sentidos e agravados. O conhecimento destes impactes e a sua associação a mudanças no nosso clima, a comunicação aumentada do assunto para os cidadãos através de vários meios como o lançamento mundial do documentário Before the Flood com Leonardo DiCaprio (Mensageiro das Nações Unidas da Paz), debates e até bandas desenhadas,  leva a questões e respostas sobre o que podemos fazer na nossa esfera de atuação, em casa e através das nossas organizações, para fazer face às alterações climáticas.

E a inércia e complexidade de um sistema multilateral como é o das Nações Unidas não deve ser desculpa para a inação do comum. Ou a impotência face à eleição de Trump e à implementação do que serão as suas políticas. Todos nós somos parte do Acordo de Paris e nas duas faces da sua moeda. Se, numa sentimos os impactes negativos das alterações climáticas – recordes de temperatura sucessivamente ultrapassados e eventos climáticos extremos (como secas, cheias e ondas de calor com ligações aos incêndios florestais) mais graves e frequentes, na outra somos todos responsáveis à nossa escal, pelas emissões de GEE que os desencadeiam – quando consumimos eletricidade, conduzimos, comemos e compramos e quando tratamos os nossos resíduos.

E à nossa escala a ação pode então começar já por termos uma consciência maior dos impactes das nossas (pequenas-grandes) ações. Soluções mais eficientes para o uso da energia em nossas casas e nos transportes que utilizamos e um consumo mais consciente, desde a produção à deposição de embalagens podem ser a nossa parte na ação. E pedir e exigir mais e melhor informação.

Pode parecer muito para fazer de uma só vez. Pode ser  pouco-pouco. 

Há um excerto no documentário Before the Flood que é demonstrativo e que pode marcar uma diferença na atitude e na responsabilidade: quando lhe é dado a conhecer o impulso que existe na Índia para a utilização de energia solar e o ator é questionado face e à necessidade de se mudarem os padrões de consumo. Isto no país que mais poluiu até agora em termos históricos, com impactes nefastos tanto dentro das suas fronteiras como noutras latitudes e longitudes muito mais pobres e vulneráveis e que pouco emitiram até agora. E nós? Votaríamos num mundo pior?

Juntos somos a alternativa para um futuro à prova de clima!

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