Portugal à lupa no relatório da OCDE

Fertilidade é a segunda mais baixa da OCDE

Logo a seguir à Coreia, Portugal é o país da OCDE onde nascem menos bebés. Em 2015, foram 85.500, o que dá em média 1,30 filhos por mulher em idade fértil (eram 1,23, em 2014). Muito abaixo, portanto, dos 2,1 filhos que seriam necessários para garantir a substituição das gerações. Consequentemente, os jovens representam actualmente apenas 16% da população portuguesa, oito pontos percentuais abaixo do verificado em 1960.

Apenas os eslovenos casam menos

Já há muito que se sabia que os portugueses casam cada vez menos. O relatório da OCDE mostra-nos agora que, em 2015, a taxa bruta de nupcialidade foi de uns recordistas 3,1 casamentos por mil habitantes, contra uma média de 4,6 na OCDE. Abaixo dos portugueses, apenas os eslovenos. Uma década antes, em 2005, a taxa bruta de nupcialidade era de 4,6. No ano passado, houve 32.393 casamentos (350 entre pessoas do mesmo sexo), dos quais apenas 35,9% foram católicos (55,1% em 2005).

Mães portuguesas trabalham mais do que a média

Cerca de 70% das mulheres portuguesas com filhos até aos dois anos de idade trabalham. É uma percentagem acima dos 53% da média da OCDE, o que leva Portugal a apresentar também uma integração maior das crianças em creches e infantários. Se a análise incidir sobre as mulheres portuguesas com filhos até aos 14 anos, a taxa de emprego sobe para os 73,4%, ou seja, 7,7 pontos percentuais acima da média da OCDE.

Os mais insatisfeitos

Numa escala de 0 a 10, destinada a medir os níveis de satisfação com a vida em geral, os portugueses fixaram-se nos 5,1, contra os 6,6 da média na OCDE. Abaixo dos portugueses, apenas os indianos e os sul-africanos, sendo que os próprios gregos, cuja população foi violentamente fustigada pela crise, apresentam um valor superior (5,2). Entre os mais velhos, o descontentamento dos portugueses vai ainda mais fundo, não passando dos 4,5 (6,4, na média global).

Desconfiados do Governo

A confiança dos portugueses nos governantes tem vindo a descer consecutivamente. Em 2015, apenas 23% dos portugueses declararam ter confiança no Governo, o que representa cerca de metade dos níveis de confiança registados na média da OCDE (42%).

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