Câmara de Oliveira de Azeméis quer “descarbonizar” a cidade com bicicletas eléctricas

Compra e instalação dos equipamentos eléctricos custou à autarquia 70 mil euros.

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Autarquia quer construir 17 km de ciclovia no concelho até 2020 Shamila Mussa

Chama-se Biclaz e quer "criar modos de mobilidade suave" em Oliveira de Azeméis e "dar a oportunidade" aos seus habitantes, e a quem está de visita, de poder circular pela cidade sem ter de recorrer ao automóvel. É este o objectivo do projecto de mobilidade lançado pela autarquia, que equipou o centro da cidade com 20 bicicletas eléctricas, distribuídas por três postos de carregamento.

"Queremos que as pessoas andem cada vez mais de bicicleta, deixando o automóvel e permitindo a descarbonização do centro da cidade porque não nos podemos esquecer que a prática da actividade física é o instrumento mais barato de saúde pública", disse ao PÚBLICO o presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro. 

Com um sistema de bike sharing, os veículos distribuem-se por três parques de estacionamento, sendo que um está instalado junto à Loja Interactiva de Turismo, outro nas imediações da Câmara Municipal e outro na zona envolvente das piscinas municipais. Para usufruírem do serviço, os utentes têm que levantar um cartão pelo preço de 10 euros. A tarifa estipulada (50 cêntimos por cada 15 minutos de utilização), segundo indica a Lusa, só será cobrada em Agosto de 2017, sendo este ano gratuito para testar a adesão ao projecto. “A tarifa será acessível porque o que nós queremos é incrementar a mobilidade. O preço não será, seguramente, uma desculpa à utilização das bicicletas”, considerou Hermínio Loureiro.

Depois de cada utilização, os utentes poderão deixar a bicicleta num dos três parques, consoante a sua localização, onde funcionará também o carregamento eléctrico. Cada veículo tem uma autonomia para cerca de 40 quilómetros, mas também funciona, como tradicionalmente, “à pedalada”. 

A primeira via exclusiva à circulação das Biclaz está em fase de conclusão e liga a zona desportiva à área das escolas, no centro da cidade, e insere-se num “projecto ambicioso que passa pela construção de 17 km de ciclovia até 2020”, explicou o autarca. Um projecto que será extensível às freguesias de Carregosa e Cucujães, áreas com elevada densidade populacional e que, segundo um estudo feito pela autarquia, estão interessadas em aderir ao serviço de partilha de bicicletas. 

A construção das ciclovias e a preparação da zona pedonal envolveu um investimento de cerca de 300 mil euros, suportados pela Câmara de Oliveira de Azeméis. A compra dos equipamentos eléctricos e das bicicletas custou "perto de 70 mil euros", referiu Hermínio Loureiro.

A perspectiva da autarquia é a de que os vinte veículos com que o projecto arrancou sejam insuficientes face às 20 mil pessoas que residem na cidade e às cerca de 70 mil do concelho. Por isso, a próxima fase passa por integrar bicicletas normais nestes parques. “Estamos na fase de implementação e o que queremos é criar o hábito nas pessoas para as utilizarem. Daí o nosso investimento inicial na bicicleta eléctrica”, disse o presidente da câmara, destacando a geografia irregular da cidade que será mais fácil de percorrer com a ajuda dos veículos eléctricos. O Biclaz foi também pensado para servir a população estudantil das instituições de ensino superior do concelho, assinalou Hermínio Loureiro. 

Questionado sobre a possibilidade de ser criado um sistema de mobilidade comum, o também presidente do Conselho Metropolitano do Porto sublinhou que esse cenário seria “possível e que é desejável para facilitar a vida aos utilizadores de transportes públicos”.  A Área Metropolitana do Porto (AMP) “tem vindo a trabalhar em vários projectos”, entre os quais a implementação do cartão intermodal Andante "em mais concelhos, com mais operadoresNeste momento, os municípios estão a apostar na mobilidade suave, na construção de ciclovias e quem sabe, no futuro, se ligarmos os pontos entre os concelhos, poderemos construir uma ciclovia metropolitana”, referiu.  

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