Presos

Há uma série policial perfeita. É islandesa e foi um êxito crítico e público no Reino Unido.

Há uma série policial perfeita, melhor ainda do que a primeira temporada de Fargo. É islandesa e foi um êxito crítico e público no Reino Unido, onde a BBC 4 transmitiu-a com legendas com o título Trapped.

Trapped é viciante porque é imprevisível. Evita todos os lugares-comuns dos policiais. Está constantemente a surpreender-nos. É um prazer ver polícias desarmados a descobrir maldades e malvados através de perguntas e deduções.

Baltasar Kormakur – o criador da série escrita por Sigurjón Kjartansson e Clive Bradley – está de parabéns. A primeira coisa que faz é subverter as séries e os filmes policiais dinamarqueses e suecos que nos habituámos a ver.

Trapped é rápido, lacónico e original. Cada um dos 10 episódios de 50 minutos é igualmente fascinante e o último episódio satisfaz-nos com um fim definitivo. Não deixa nada ou ninguém pendurado.

Trapped não faz pensar em nenhuma outra série policial. Ou, caso faça, depressa desfaz o equívoco. Nunca acontece o que se prevê ou adivinha. O resultado é ficar-se preso aos personagens e ao enredo, sabendo que nos vai espantar. E nunca falha.

Trapped é tão bom como os policiais Maigret de Georges Simenon. Só que ainda mais low-tech. É o anti-CSI. É um policial em que a humanidade dos seres humanos é a principal atracção. É verdadeiramente magnífico e não há outra série que a possa substituir.

Não leia o que disseram os críticos porque eles contam os segredos todos. A ignorância é o estado de graça que esta série merece.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários