IAAF mantém Rússia fora dos Jogos Olímpicos

Alguns atletas poderão, no entanto, marcar presença no Rio de Janeiro, não como atletas da Federação russa, mas como atletas neutros.

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Eric Gaillard/Reuters

A Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) decidiu esta sexta-feira, por unanimidade, manter a suspensão da Federação russa de atletismo e a proibição dos atletas russos de participarem em competições internacionais, incluindo os Jogos Olímpicos. Mas há ainda uma réstia de esperança de competirem no Rio de Janeiro.

Suspensa pela primeira vez em Novembro de 2015, na sequência de uma denúncia por parte da Agência Mundial Antidopagem (AMA), sobre a existência de um sistema de doping generalizado no atletismo nacional, a Federação russa não cumpriu, nestes meses, segundo a IAAF, todos os critérios considerados necessários para ser readmitida como membro do organismo. "A cultura instalada de tolerância face ao doping, que levou originalmente à suspensão da Federação russa, parece não ter mudado significativamente até à data", pode ler-se em comunicado da IAAF.

Um grupo de trabalho foi destacado pelo organismo para realizar controlos antidoping na Rússia nos últimos seis meses, mas, na passada quarta-feira, a AMA denunciou as dificuldades desse grupo em fazer o seu trabalho, referindo situações de ameaças e intimidação por parte dos serviços secretos, pelo que foi muito complicado avaliar o progresso da Rússia no combate ao doping (ficaram por realizar 736 controlos).

A decisão da IAAF afasta a comitiva russa dos Jogos Olímpicos, já em Agosto, mas há ainda a possibilidade de alguns atletas marcarem presença no Rio de Janeiro, como "atletas neutros", como explica a IAAF no site oficial: "Se os atletas provarem clara e convicentemente que não estão 'contaminados' pelo sistema russo porque estiveram fora do país e, portanto, sujeitos a outros sistemas antidoping, então eles poderão pedir permissão para competir em competições internacionais, não pela Rússia, mas como atletas neutros".

Há ainda a possibilidade do Comité Olímpico Internacional (COI) abrir um regime de excepção. Questionado, há dias, sobre a questão, o presidente do organismo foi evasivo: "Não posso especular", vincou Thomas Bach.

Certo é que a direcção do COI vai reunir-se no dia 21 de Junho, precisamente com o tema da transparência e do controlo apertado do uso de substâncias dopantes na agenda. Até lá, as pressões políticas e diplomáticas deverão subir de tom, a avaliar pela posição do porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov: "Faremos tudo o que for possível para defender os direitos dos nossos atletas e da nossa equipa olímpica".

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