Jorge Jesus sabe que o Sporting não depende de si para ser campeão, mas sabe também que não o será se, pelo menos, não ganhar ao Sporting de Braga no jogo da última jornada da liga portuguesa. À entrada para a jornada de todas as decisões, o técnico "leonino" ainda está crente no título, mas, se isso não acontecer, isso não irá tirar mérito ao "campeonato espectacular" que o Sporting fez.

"Temos de acreditar. Enquanto há vida há esperança, como o nosso povo diz. Não importa estar a pensar em cenários, é pensar naquilo que temos de fazer. O Sporting está dependente da equipa que vai em primeiro", observa o técnico "leonino", reforçando que os "leões" estão a acabar a época "muito bem" e que estão no seu "melhor período", e que a improbabilidade estatística - de haver um novo líder na última jornada - pode acontecer: "O futebol às vezes quebra as estatísticas."

Para Jesus, o título será "a cereja no topo do bolo": "Só não posso dizer que é uma época espectacular porque não sei o que vai acontecer. O Sporting pode fazer 86 pontos - eu nunca fiz 86 pontos. As coisas ainda não acabaram. Temos a consciência que, se não formos campeões, isso não tira qualidade ao que esta equipa tem feito."

Na última jornada, o Sporting vai jogar em dois campos, no Axa e na Luz. Na viagem ao Minho, Jesus diz que vai encontrar uma equipa "forte e com qualidade" que já cumpriu o seu objectivo no campeonato e que estará mais concentrada na final da Taça de Portugal que ainda tem pela frente. Na Luz, o técnico terá de contar com a ajuda do Nacional, que "tem uma equipa com qualidade e com um treinador inteligente e muito esperto".

Num pequeno balanço antecipado ainda sem todos os dados para a avaliação final, Jesus destacou o crescimento acelerado do Sporting nesta temporada: "Quando entrei, assumi essa responsabilidade que o Sporting tentasse disputar os títulos com os nosso rivais. Sabia e sei a diferença que havia entre o Sporting e eles. Ao longo destes dez meses o Sporting conseguiu chegar às duas equipas, em termos de qualidade e mentalidade. Mudámos tudo em termos de ideia de jogo, estrutura, logística. Trouxemos uma cultura vencedora. Esperava disputar títulos, mas não esperava que andássemos 16 jornadas na frente. Foi tudo muito mais rápido do que eu pensava, parabéns aos jogadores e ao presidente."