Visita do Papa Francisco a Fátima ainda sem programa definido

A cumprir-se a intenção de Francisco no ano do centenário das aparições, essa será a quarta presença de um Papa em Portugal.

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Francisco já manifestou a sua vontade de visitar Portugal em 2017 REUTERS/Tony Gentile

A anunciada visita do Papa a Fátima, em 2017, ainda não tem programa definido, e desconhece-se também o número de dias que Francisco dedicará a Portugal.

O cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, disse nesta quinta-feira, na conferência de imprensa que antecede a abertura da peregrinação internacional de Maio, que apenas conhece a intenção manifestada pelo papa de visitar Portugal. "Sabemos que quer vir a Fátima, assim tenha saúde, mas não sabemos mais do que isso", explicou.

Manuel Clemente recordou que o Papa Paulo VI visitou Portugal em 1967, por ocasião do cinquentenário das aparições, e apenas esteve em solo português um dia.

A cumprir-se a intenção de Francisco, essa será a quarta presença de um Papa em Portugal, depois de Paulo VI, João Paulo II (três vezes e uma escala técnica) e Bento XVI.

O cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, preside hoje e na sexta-feira à peregrinação internacional que decorre no Santuário de Fátima e que celebra o 99.º aniversário das aparições. Em 2017, ano em que se comemora o centenário das aparições, é esperada a presença em Fátima do Papa Francisco.

"O meu espírito alegra-se em Deus, meu Salvador" é o tema desta peregrinação que, além das habituais cerimónias litúrgicas, inclui o acolhimento da imagem da Virgem Peregrina — que viajou ao longo de um ano pelas 21 dioceses portuguesas do continente e ilhas, conventos e mosteiros de clausura — e a consagração dessas mesmas dioceses a Nossa Senhora de Fátima.

A peregrinação abre oficialmente hoje, na Capelinha das Aparições, com uma saudação a Nossa Senhora e aos peregrinos, agendada para as 18h30. Pelas 21h30, no recinto do Santuário, decorre o rosário, seguido da Procissão das Velas, após a qual o cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, preside à missa no novo altar.

Na sexta-feira, 13 de Maio, a celebração final começa às 9h, com o rosário na Capelinha das Aparições. Segue-se, às 10h, a procissão para o altar, missa, a tradicional bênção dos doentes, consagração e procissão do adeus.

Debate sobre colégios

Na conferência de imprensa desta quinta-feira, Manuel Clemente disse ainda que este pode ser o momento para se debater a liberdade de escolha no ensino, após o debate que tem sido feito a propósito dos contratos de associação.

"O Papa é claríssimo sobre o direito e a responsabilidade dos pais, inalienável, diz ele, na educação dos filhos e na escolha do tipo de ensino para os filhos. E que o Estado deve ser subsidiário desse direito dos pais. E este ponto, que o Papa vinca tão fortemente, é que é o principal", disse o cardeal-patriarca.

Manuel Clemente disse ainda que o serviço público é também prestado por escolas que não são do Estado e explicou que a questão dos contratos de associação, que está em revisão pelo Governo, o preocupa.

"Trata-se de muita gente, entre alunos, professores e funcionários. Para não falar de localidades e regiões onde a presença dessas escolas não estatais são uma implantação habitual. Devo acrescentar que gostei de ouvir o senhor primeiro-ministro e como ele se dispôs a continuar esse diálogo", explicou, aludindo também à serenidade de António Costa.

Em entrevista à SIC, o primeiro-ministro, António Costa, disse na quarta-feira que os contratos que se encontram em vigor serão "rigorosamente cumpridos". Questionado sobre se este debate está a ser empolado, Costa contrapôs que a discussão, "mais do que empolada, é muito interessada".

"A melhor demonstração de que o que está em causa não é a liberdade de escolha ou liberdade de ensino é que estes contratos abrangem só 3% dos colégios privados", alegou. Na perspectiva do primeiro-ministro, nesta questão está a fazer-se "muito ruído — e esse ruído tem vindo a dificultar a compreensão do que está em causa".

"O que está em causa é saber se, com os seus impostos, pagam duas escolas no mesmo sítio ou se, com os seus impostos, paga-se aquilo que tem de se pagar, que é a obrigação que o Estado tem de assegurar a todas as crianças igualdade de oportunidades, no acesso ao ensino de qualidade", acrescentou.

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