O ex-presidente das Honduras Rafael Leonardo Callejas vai assumir-se como culpado no caso de corrupção, suborno e conspiração, que ficou celebre como "FIFA Gate" e que está a ser julgado, desde 2015, pela justiça norte-americana.

Foi o advogado do próprio, Tito Hernández, que confirmou a decisão de Callejas, que, segundo avança a imprensa local, será presente, no início da próxima semana, a um juiz federal de Brooklyn, em Nova Iorque, juntamente com elementos do grupo Media World.

Em causa estão alegados suborno que Callejas terá aceitado, no valor de mais de 200 milhões de dólares, do grupo Media World, para que esta estação televisiva garantisse os direitos de transmissão televisiva dos mundiais do Brasil 2014, Rússia 2018 e Qatar 2022.

Após negar todas as acusações numa primeira instância, tendo permanecido em prisão domiciliária sob uma fiança de quatro milhões de dólares, Callejas, que já foi também presidente da Federación Nacional Autónoma de Fútbol de Honduras e responsável pelo marketing e televisão da FIFA, volta a estar a braços com a justiça, depois de já ter sido acusado pelo Ministério Público hondurenho de vários delitos, referentes à sua gestão da federação (2011-2015).

Agora, segundo a imprensa hondurenha, o objectivo de Callejas passa por tentar negociar com a justiça norte-americana uma redução da sua pena a troco de colaboração e informações relevantes para a investigação. É que as duas acusações em que se assumiu como culpado (fraude informática e corrupção) podem valer ao ex-presidente hondurenho, de 72 anos, 20 anos de prisão cada.