Desmantelado grupo suspeito de burlas de centenas de milhares de euros

Rede, que recorria à banca online para desviar dinheiro através de um esquema de phishing, terá ligações internacionais.

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A operação “Carole” arrancou há cerca de um ano Foto: Nelson Garrido

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta quarta-feira o desmantelamento de uma organização criminosa com ligações internacionais que, através do uso fraudulento do sistema de banca online, é suspeita de burlas que ascendem a "centenas de milhares de euros".

"Durante a operação foram realizadas dez buscas e detidas três pessoas, dois homens e uma mulher, com idades compreendidas entre 43 e 50 anos, as quais se dedicavam de forma organizada a factos delituosos, vulgarmente apelidados de phishing, com o propósito de se apoderarem de quantias monetárias de terceiros, recorrendo à utilização ilícita da banca online”, explica a Directoria de Lisboa e Vale do Tejo da PJ, em comunicado.

O coordenador da Unidade de Crime Informático da PJ, Carlos Cabreiro, adiantou à agência Lusa que esta investigação teve início em Dezembro do ano passado, mês em que foram detidos três homens que também fariam parte desta alegada organização criminosa de cariz internacional.

Segundo este responsável, os suspeitos, que operavam a partir de Lisboa, lesaram cidadãos portugueses e estrangeiros, que também tinham contas bancárias fora do nosso país. Os valores obtidos "ascendem a centenas de milhares de euros", procedendo esta rede criminosa ao seu branqueamento por diversas formas de dissimulação. Uma das maneiras, de acordo com Carlos Cabreiro, passava por transferir o dinheiro obtido de forma fraudulenta para outras contas, nomeadamente no estrangeiro.

Os detidos, que estão indiciados dos crimes de burla informática, acesso ilegítimo e branqueamento de capitais, vão ser esta quarta-feira presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coacção.

A investigação em curso já permitiu identificar outros suspeitos que acederam a participar neste esquema ilícito como “money mules” (pessoas que disponibilizam as suas contas bancárias), assim como alguns dos seus líderes e angariadores.

A PJ sublinha que as investigações vão prosseguir "no sentido de apurar a natureza e a extensão das ligações delituosas deste grupo, continuando a acompanhar casos concretos de fenómenos criminais semelhantes".

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