Dois sets não chegaram para Portugal ficar em vantagem

Gastão Elias sublinhou que no encontro de ontem houve “poucas oportunidades” de fazer break

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Gastão Elias sublinhou ?que houve “poucas oportunidades” de fazer break DR

João Sousa e Gastão Elias voltaram a fazer vibrar o público que, pelo segundo dia consecutivo, encheu as bancadas do Pavilhão do Vitória Sport Clube, em Guimarães. Mas apesar do apoio ruidoso e incondicional dos compatriotas, Portugal não conseguiu evitar entrar em desvantagem no último dia da eliminatória da Taça Davis, frente à Áustria. Dominic Thiem e Alexander Peya foram os mais fortes na parte final do intenso e emocionante duelo de três horas e 48 minutos e colocaram a Áustria na confortável posição de necessitar de apenas vencer um dos dois singulares deste domingo.

Sousa e Elias entram muito bem e aproveitaram o facto de Peya não servir tão bem para se adiantarem, chegando a 5-2. O par austríaco subiu de nível, recuperou o break no nono jogo e comandou o tie-break por 3/1. Mas a dupla lusa reagiu e, com muita adrenalina à mistura, fechou o set. No segundo set, foi novamente Peya a ceder o serviço, mas a Áustria igualou a 3-3. Só que, no tie-break, Sousa e Elias estiveram irrepreensíveis.

Após duas horas de jogo, o par português baixou um pouco de nível, factor que os austríacos aproveitaram para reentrar no encontro e ganhar confiança, em especial Peya, que confirmou ser o melhor dos quatro nesta variante (24.º no ranking). Com Thiem a servir a um nível muito alto, os austríacos não mais sofreram breaks. Os portugueses, de resto, só tiveram duas oportunidades de o fazer, quando Thiem serviu para fechar os quarto e quinto sets.

No derradeiro jogo, o tenista mais cotado desta eliminatória serviu a 40-0. Sousa e Elias anularam brilhantemente os três match-points e ainda tiveram um break-point antes de a Áustria concluir, com os parciais de 6-7 (6/8), 6-7 (4/7), 6-1, 6-3 e 6-4.

“No terceiro set baixámos o nível de jogo. É natural, ao melhor de cinco sets, haver altos e baixos; eles souberam manter-se lá em cima. Nós tivemos dificuldades em contrariar o jogo deles, serviram muito bem e houve poucas oportunidades de os ‘breakar’. Não devemos ficar tristes porque demos tudo em campo, mas estamos tristes pelo resultado”, admitiu Gastão Elias, no final da partida.

Nuno Marques não escondeu o seu orgulho no desempenho dos dois tenistas e lembrou as dificuldades já esperadas. “Sabíamos que tínhamos de estar três dias focados e muito atentos. Eles foram supercorajosos nos tie-breaks”, afirmou o capitão de Portugal, antes de adiantar: “Vamos recuperar, descansar e amanhã é outro dia. A certeza é que vamos dar tudo por tudo. Já jogaram dez sets, inclusive o Thiem; só o Melzer é que está mais fresco. Amanhã [domingo] vamos ter outra oportunidade e há um pouco o sentimento de que este público merece mais. E precisamos dessa energia, precisamos da ajuda dele e faço este apelo.”

Sousa versus Thiem

Neste domingo (12h), a derradeira jornada da etapa vimaranense da Taça Davis abre com o duelo entre os dois números um, Sousa (37.º ATP) e Thiem (14.º). São dois tenistas que se conhecem bem, com o austríaco a levar vantagem no confronto directo: ganhou em três ocasiões, no Open da Austrália de 2014, Marselha e Umag, ambas no ano passado. Sousa venceu o último embate, há cinco meses, nas meias-finais de São Petersburgo.

Como é que se contraria o favoritismo de Thiem? “Contraria-se a jogar bom ténis, a um nível muito bom. A Taça Davis é diferente dos torneios ATP, há muitos factores. Ele está mais cansado porque jogou muitas horas. Não o vou desrespeitar e ele também não me vai desrespeitar a mim”, resumiu Sousa.

Em caso de vitória do português, serão Elias (121.º) e Gerald Melzer (116.º) a decidirem a eliminatória. Ao número dois nacional esperava-o mais uma longa noite de trabalho de recuperação, como aconteceu na sexta-feira, mas sempre sem perder o sentido de humor. “Foi o maior sofrimento da minha vida: dez minutos de banho de gelo, mais massagens e recuperação do pulso direito... acabei à meia-noite e meia. Mas se o Sporting ganhar, não vai ser preciso muita recuperação; se perder, alguém vai ter de as pagar amanhã [domingo]”, brincou Elias.

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