Acabou-se o “problema” europeu do Sporting

“Leões” afastados da Liga Europa com derrota em Leverkusen por 3-1.

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O Sporting andou perto da reviravolta, mas acabou eliminado Oliver Berg/AFP

O Sporting vai voltar ao ritmo de um jogo por semana e Jorge Jesus vai deixar de fazer gestão. Até ao fim da época, vai ter apenas 11 jogos no campeonato porque deixou nesta quinta-feira de ter o “problema” europeu para gerir, com a eliminação nos 16 avos-de-final da Liga Europa depois de uma derrota por 3-1 frente ao Bayer Leverkusen na segunda mão (11.ª derrota em 12 jogos na Alemanha), a juntar a um desaire por 1-0, há uma semana, em Alvalade. Os “leões” já tinham sido eliminados da Taça de Portugal e da Taça da Liga e ficam agora sem a Liga Europa. Resta o campeonato, prova na qual são líderes isolados.

Quando fala de compromissos europeus, Jesus diz sempre que está a pensar em dois jogos ao mesmo tempo. E, quando pensava neste jogo em Leverkusen, Jesus já estava a pensar em Guimarães e no jogo que o Sporting terá na próxima segunda-feira com o Vitória, tal como já tinha acontecido na primeira mão, que o técnico planeou em função do encontro com o Boavista. Jogadores como Slimani ou Ruiz, dois dos mais utilizados e decisivos, ficaram no banco, enquanto a defesa foi quase toda nova em relação ao último jogo. A lesão de última hora de Adrien foi uma contrariedade inesperada.

O que o Sporting fez durante boa parte do jogo no BayArena deu alguma razão ao plano do técnico. Jesus, para quem ser campeão nacional é o objectivo maior, saberá melhor que toda a gente o plantel que tem, mas ficará sempre a dúvida sobre como teria corrido esta eliminatória se os “leões” estivessem sempre na máxima força. O Bayer estava nessas condições, tanto há uma semana em Alvalade, como neste jogo em casa, com o “reforço” “Chicharito” Hernández a aumentar a sua capacidade ofensiva.

Era o Sporting quem tinha de ir em busca da eliminatória, arriscar um pouco mais, mas não tinha espaço. Tinha de optar por lançamentos longos para o ataque, no qual um jogador como Slimani teria outra capacidade de luta que Teo não tem. Ainda assim, o Sporting não andou longe do golo nos primeiros minutos. Bruno César inicia a jogada, passa para Mané, mas o jovem avançado atira por cima.

Esses momentos em que o Sporting se libertava eram raros. Aos 26’, Bruno César protagonizou um deles, com um remate que obrigou o guarda-redes Leno a aplicar-se. Mas o domínio era quase todo do Bayer. A pressão numerosa e intensa que os alemães faziam sobre quem tinha a bola impediam os “leões” de jogar e provocava inúmeros passes errados e perdas de bola. Aos 29’ a pressão alemã deu frutos. Depois de já ter marcado em Alvalade, Karim Bellarabi voltou a ser protagonista, fazendo o 1-0 num contra-ataque.

Em termos práticos, o Sporting tinha à mesma de marcar dois golos para passar. E os “leões” reagiram cedo e bem. Mané, que já tinha sido cerimonioso em outras ocasiões, rematou desta vez de primeira após uma jogada pelo flanco direito, Leno defendeu com dificuldade e João Mário, na recarga, fez o empate aos 38’. O Sporting tinha mais de metade do jogo para dar a volta à eliminatória e Jesus tinha alguns ases no banco para lançar. Mas o jogo foi na direcção contrária.

Entrou Ruiz aos 62’ e, quando se preparava para entrar Slimani, o Bayer marcou. Bellarabi assumiu-se, em definitivo. Um grande remate do alemão aos 65’ de fora da área só acabou no fundo das redes, reduzindo quase a zero as hipóteses “leoninas”. O Sporting já estava com os ânimos em baixo e os números ficaram ainda mais pesados com o 3-1 de Çalhanoglu, aos 87’, num grande remate de primeira.

O Sporting deixou de ter um “problema” europeu, mas ficou com mais responsabilidades no campeonato, em que tem uma liderança para defender.

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