Dez títulos mundiais para o Barcelona numa década

Argentinos do River Plate foram derrotados pelo emblema catalão na final do Mundial de clubes, no Japão.

Os jogadores do Barcelona festejam um dos golos frente ao River Plate
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Os jogadores do Barcelona festejam um dos golos frente ao River Plate KAZUHIRO NOGI/AFP
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Iniesta segura o troféu ganho pelo Barcelona Toru Hanai/Reuters
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A festa dos jogadores do Barcelona com a Taça nas mãos TORU YAMANAKA/AFP
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Neymar num momento do jogo com o River Plate Toru Hanai/Reuters
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Foram milhares os adeptos do River Plate que viajaram da Argentina para o Japão Issei Kato/Reuters

Se quer ser feliz, seja adepto do Barcelona. Pelo menos é meio caminho andado para ter como assegurados vários momentos de felicidade durante a sua vida. A conquista pelo emblema catalão do Mundial de clubes, neste domingo, no Japão, após vencer os argentinos do River Plate na final da competição por 3-0, foi apenas mais um desses momentos. E o epílogo perfeito para aquela que ficará para a história como a “década Barcelona” no futebol mundial.

Ao vencer o Mundial de clubes, o Barcelona atingiu os 20 títulos internacionais. Se tiver fôlego acompanhe: cinco títulos de campeão europeu (1992, 2006, 2009, 2011 e 2015), cinco Supertaças europeias (1992, 1997, 2009, 2011 e 2015), três Mundiais de clubes (2009, 2011 e 2015), quatro Taças dos Vencedores das Taças (1979, 1982, 1989 e 1997), três Taças das Cidades com Feira (1958, 1960 e 1966), competição que foi disputada entre 1955 e 1971.

Mas o mais impressionante é que dez destes troféus foram conquistados na última década: quatro Ligas dos Campeões, três Supertaças europeias e três Mundiais de clubes. E é bom também não esquecer o domínio que o clube catalão tem exercido no futebol espanhol. Basta recordar que neste ano de 2015 a equipa agora orientada por Luis Enrique venceu a Liga espanhola e a Taça do Rei, perdendo apenas a Supertaça espanhola. Ou seja, no ano que agora termina, em seis títulos possíveis, deixou escapar um.

Grandes responsáveis por esta “Década Barcelona” foram os jogadores, especialmente a geração Iniesta e Messi, que nos últimos tempos ganhou a companhia de dois craques sul-americanos: o brasileiro Neymar e o uruguaio Suárez.

No Mundial de clubes ontem ganho pelo Barcelona, a influência destes jogadores, mais uma vez, fez-se notar. Depois de Luis Suárez ter qualificado o “Barça” para a final com um hat-trick, neste domingo o uruguaio bisou (49’ e 68’) no triunfo sobre o River Plate. Já o primeiro golo do jogo pertenceu ao inevitável Messi (36’).

A final da edição 2015 do Mundial de clubes foi dominada por completo pelo Barcelona, que confirmou a superioridade dos clubes europeus na prova. Para além de os últimos três títulos terem caído para a Europa, os campeões sul-americanos só venceram quatro de 15 troféus.

Os catalães isolaram-se na liderança do ranking da prova (se não se tomar em consideração a Taça Intercontinental, que a antecedeu), passando a ser os primeiros a somar três títulos mundiais de clubes, repetindo 2009 e 2011.

Em relação ao encontro das meias-finais, o técnico do River Plate, Marcelo Gallardo, trocou Leonardo Pisculichi por Tabau Viudez, enquanto no Barcelona Luis Enrique já pôde contar com Lionel Messi e Neymar, que substituíram Munir e Sergi Roberto.

A formação argentina entrou determinada, tentando pressionar alto o Barcelona e não o deixar jogar, mas sem criar perigo, pertencendo a Messi, aos 11 minutos, o primeiro momento de algum perigo.

Aos 19 minutos, uma jogada entre Rakitic, Neymar e Messi voltou a incomodar, bem como um remate de primeira de Dani Alves, aos 24', servido por Neymar, com o River a responder com remates fracos e de longe de Mora (27') e Alario (30').

Messi voltou a aparecer aos 33 minutos, num livre directo que Barovero defendeu com dificuldades, e, aos 36', conseguiu mesmo marcar: desmarcou Dani Alves na direita, este centrou para a área, Neymar ganhou de cabeça e o "10" dominou com o peito e fez um desvio subtil com o pé esquerdo.

Até ao intervalo, o Barcelona poderia ter dado uma machadada no encontro, já nos descontos, aos 45'+1', mas Suárez, após jogada mágica de Messi, atirou ao lado da baliza dos argentinos.

Com o ex-portista Lucho González e Gonzalo Martínez nos lugares de Ponzio e do ex-benfiquista Rodrigo Mora, o River Plate reentrou determinado, mas, aos 49 minutos, o Barcelona acabou com o jogo, em contra-ataque.

Busquets recuperou uma bola a meio-campo, tabelou com Iniesta e, depois, fez um passe em profundidade a isolar Luis Suárez, que, desta vez, não perdoou, na cara de Barovero.

O segundo golo atordoou os argentinos e o Barcelona esteve várias vezes na iminência de marcar o terceiro, por Messi (53, 55 e 57 minutos) e Suárez (57'), ficando ainda dúvidas se Neymar não sofreu falta para grande penalidade (55').

O Barcelona acalmou, então, o seu jogo, optando mais por guardar a bola e fazer passar o tempo, mas, aos 68 minutos, chegou mesmo ao terceiro golo: Messi tocou para Neymar e este centrou para Suárez bisar de cabeça. Entre os três, em 2015, passaram a somar 134 golos pelo "Barça".

Com tudo resolvido, os catalães desaceleraram em definitivo e os argentinos poderiam ter chegado ao golo de honra, só que Bravo não o permitiu, com grandes defesas a remates de Alario (77 minutos) e Gonzalo Martínez (84').

Ranking de vencedores (top 10) incluindo Taça Intercontinental e Mundial de Clubes:

4 títulos

AC Milan, Ita (1969, 1989, 1990, 2007) e Real Madrid, Esp (1960, 1998, 2002, 2014)

3 títulos

Penãrol, Uru (1961, 1966, 1982), Nacional, Uru (1971, 1980, 1988), Boca Juniors, Arg (1977, 2000, 2003), Inter Milão, Ita (1964, 1965, 2010), Bayern Munique, Ale (1976, 2001, 2013), São Paulo, Bra (1992, 1993, 2005), Barcelona, Esp (2009, 2011, 2015)

2 títulos

Santos, Bra (1962, 1963), Independiente, Arg (1973, 1984), Ajax, Hol (1972, 1995), Juventus, Ita (1985, 1996), FC Porto, Por (1987, 2004), Manchester United, Ing (1999, 2008), Corinthians, Bra (2000, 2012).

Notícia corrigida às 16h13, rectificando o número de títulos do São Paulo.

 

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