O ambiente era de “cortar à faca” em Stamford Bridge, com os adeptos a mostrarem o descontentamento tanto pelo despedimento do “happy one”, que há sete meses lhes garantiu o título de campeões ingleses, como pela atitude dos jogadores. Mas no dia em que foi anunciado o nome de Guus Hiddink como substituto de José Mourinho, despedido na quinta-feira, o Chelsea marcou três golos — dois deles em apenas 13 minutos — e venceu o Sunderland, em jogo a contar para a 17.ª jornada da Premier League, regressando às vitórias, algo que já não acontecia há quatro jogos.

O Chelsea marcou muito cedo, só que nem o golo de Ivanovic (5’) aqueceu o ambiente, nem o clima hostil foi amenizado quando, pouco depois, Pedro Rodríguez marcou o segundo do encontro (13’). Entre assobios aos jogadores e cânticos de apoio a Mourinho, o ex-avançado do Barcelona não ficou imune, com o seu golo a ser acompanhado por palavras inapropriadas a menores de 18 anos. “Where were you when we were shit?” [Onde estavas quando estávamos na merda] ouviu-se vindo de todos os cantos do estádio, segundo o jornal The Guardian.

E também Cesc Fàbregas e Diego Costa foram vaiados quando o speaker evocou o nomes dos dois jogadores.

No banco de suplentes o treinador adjunto Steve Holland ocupou o lugar de Mourinho e as mudanças em relação ao jogo com o Leicester deram frutos: entrou Fàbregas para o lugar de Ramires e Pedro foi titular em vez de Hazard — de fora pela lesão na anca que Mourinho deu a entender ser falsa.

O Chelsea dava motivos para o novo técnico poder respirar um pouco e o golo de penálti de Oscar aos 50’ tirou todas as dúvidas em relação ao vencedor.

Fabio Borini, que entrou ao intervalo, ainda reduziu a desvantagem aos 53’, depois de um erro de Thibaut Courtois, e por sorte não voltou a fazê-lo aos 56’. Mas o resultado não voltaria a alterar-se, permitindo ao Chelsea subir um lugar na tabela.

A liderança continua a cargo do Leicester City que derrotou o Everton por 3-2. Riyad Mahrez bisou (27’ e 65’, ambos de grande penalidade) e, aos 69’, Shinji Okazaki marcou o outro golo da vitória que garante o primeiro lugar no Natal, independentemente do resultado de domingo, entre Arsenal e Manchester City, segundo e terceiro classificados, respectivamente. Contra todas as previsões, o Leicester está no topo e é a única equipa da história da Premier League a consegui-lo após ter ocupado o último lugar da tabela na mesma altura do ano passado.

Vida difícil tem o Manchester United, possível destino de José Mourinho segundo a imprensa inglesa, que voltou a perder, desta vez frente ao Norwich, em Old Trafford, o que significa maior pressão para Louis van Gaal. Já lá vão seis jogos dos “red devils” sem ganhar e três derrotas consecutivas. O Norwich chegou ao golo aos 38’ por Jerome e aumentou a vantagem através de Tettley aos 54’. Martial, que recebeu neste sábado o prémio Golden Boy, reduziu para o United aos 66’. Muita posse de bola (71%) e falta de golos — apenas dois remates à baliza do adversário — continuam a espelhar o estilo passivo de jogo escolhido por Van Gaal.

Adversários de portugueses

Na Bundesliga, os resultados dos adversários das equipas portuguesas nas competições europeias revelam boas notícias para o FC Porto. O Borussia Dortmund perdeu em Colónia por 2-1, depois de ter estado a ganhar até aos últimos dez minutos do jogo. Papastathopoulos abriu o marcador aos 18’, mas o Colónia empatou aos 82’ por Simon Zeller, e Anthony Modeste (90’) marcou o golo da vitória dos locais.

Do lado do Sporting, as notícias não são tão boas assim. Frente ao Ingolstadt, o Bayer Leverkusen venceu pela margem mínima, com “Chicharito” Hernández a marcar o único golo do encontro aos 73’.

Na Grécia, o Olympiacos de Marco Silva segue 100% vitorioso no campeonato. Neste sábado, venceu fora o Kallonis por 2-0, graças a dois penáltis. São 15 triunfos em outras tantas partidas.

Texto editado por Jorge Miguel Matias