UEFA mantém apoio a candidatura de Platini à FIFA

Comité Executivo e federações europeias querem uma decisão final no processo que envolve o dirigente francês até meados de Novembro.

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A UEFA está convencida da inocência de Michel Platini Denis Balibouse/Reuters

A candidatura de Michel Platini à presidência da FIFA continua a merecer o apoio do futebol europeu apesar das suspeitas de corrupção que pesam sobre o actual presidente da UEFA. Após uma reunião na sede do organismo, em Nyon, o Comité Executivo, assim como as 54 federações-membro, deram, esta quinta-feira, o apoio unânime ao dirigente francês, que foi suspenso, na semana passada, por um período de 90 dias pelo Comité de Ética da FIFA, acusado de receber pagamentos irregulares, no valor 1,8 milhões de euros. A UEFA exige que o caso seja investigado rapidamente.

“Apoiamos o direito de Michel Platini ao devido processo legal, a um julgamento justo e à oportunidade de limpar o seu nome. A todas as instâncias envolvidas no actual processo, o Comité de Ética da FIFA, o Comité de Recursos da FIFA e, em última instância, o Tribunal Arbitral do Desporto, pedimos que trabalhem o mais rapidamente possível para garantirem que uma decisão final sobre o caso surja, o mais tardar, em meados de Novembro de 2015”, pode ler-se numa declaração emitida no final da reunião.

A UEFA rejeitou ainda a possibilidade de um adiamento das eleições para a presidência da FIFA, marcadas para dia 26 de Fevereiro de 2016. A decisão final será tomada numa reunião extraordinária do Comité Executivo do organismo máximo do futebol mundial, agendada para o próximo dia 20. No caso de manter na corrida à sucessão de Joseph Blatter, Platini terá, para já, a concorrência do príncipe Ali bin al-Hussein, da Jordânia, que oficializou esta quinta-feira a sua candidatura.

Já o presidente da UEFA aguarda ainda a decisão do Comité Eleitoral da FIFA para saber se a sua candidatura - oficializada a 29 de Julho deste ano - será aceite, face à suspensão de 90 dias a que foi sujeito e que poderá ainda ser prolongada por mais 45 dias. Na base desta sanção estão as suspeitas acerca de um pagamento de Blatter a Platini no valor de dois milhões de francos suíços (1,8 milhões de euros), no ano de 2011. Verbas que o ex-capitão da selecção francesa justificou como sendo honorários devidos pelo conjunto de trabalhos que realizou para a FIFA entre 1998 e 2002.

Explicações que não convenceram, pelo menos, Lennart Johansson, antecessor de Platini na liderança da UEFA. “Platini não pode continuar nem mais um minuto como presidente da UEFA se não der explicações convincentes e credíveis sobre o pagamento de milhões de francos suíços que recebeu da FIFA”, defendeu esta quinta-feira, garantindo nunca ter enfrentado um caso semelhante nos 17 anos em que presidiu o organismo: “Platini é meu amigo e respeito-o, mas tem de explicar em detalhe o dinheiro que cobrou e a razão por ter sido pago com nove anos de atraso. Ou faz isso, ou as federações europeias vão encorajá-lo a dar um passo atrás.” Para já, o apoio é unânime.

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