Jorge Jesus tem a razão do seu lado e o processo será mais uma estratégia de comunicação que uma questão jurídica. Foi assim que Luís Miguel Henrique, advogado do treinador do Sporting, reagiu à notícia de que o Benfica pede uma indemnização de 14 milhões de euros numa acção judicial que foi entregue no Tribunal do Barreiro na última terça-feira e cujos fundamentos foram divulgados nesta quinta-feira pela revista Sábado.

“Nós já sabíamos que na semana do jogo Benfica-Sporting essa questão iria surgir. Mais do que qualquer questão jurídica, a escolha do timing a antecipação desse timing antes da semana do jogo, tem muito a ver com uma estratégia de comunicação e pouco com uma questão jurídica. A escolha do dia não é inocente, e tem muito mais a ver com o matar de um tema que era desagradável ao Benfica em termos de comunicação, e tentar meter um tema novo na agenda, tentando criar alguma desestabilização”, argumentou o advogado.

Miguel Henrique diz que “oficialmente” ainda não tem conhecimento de nada, mas, do que conhece da acção, classifica-a como pouco fundamentada. “Dá-se a ideia de que o Jorge não tinha conhecimento de nada antes de entrar no Benfica e todo o conhecimento que adquiriu em seis anos tinha de lá ficar. Como é que isto pode acontecer? Como é que as pessoas se destacam daquilo que aprendem e do que entregam. Impossivel, a não ser que os treinadores, a partir de agora, façam uma lobotomia ao cérebro de cada vez que deixam o Benfica”, frisou o advogado, acrescentando que, “por esta ordem de razão”, “O Sp. Braga tem direito a pedir indemnização ao Benfica e o Belenenses tem de pedir uma indemnização ao Sp. Braga”.

O advogado deu ainda a entender que Jorge Jesus poderá avançar com um pedido de indemnização ao clube da Luz, de onde saiu no final da última época para se mudar para o Sporting: “Do ponto de vista processual, muita coisa ainda vai correr. Nós estamos tranquilos em relação à questão, sabemos que a razão está do nosso lado, e, no momento certo, irá ser apresentada a defesa e, possivelmente, tudo aquilo a que o Jorge entende ter direito de ser ressarcido pelo que está a passar.”