No Palácio de Cristal contaram-se histórias de árvores

Os jardins do Palácio de Cristal comemoram 150 anos de existência, num local onde a natureza e a cultura se unem para dar vida ao espaço.

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Nelson Garrido
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São inúmeros os caminhos que se podem percorrer nos jardins do Palácio de Cristal. Os percursos incluem jardins, espaços de lazer, para além do Pavilhão Rosa Mota, onde diversas actividades culturais pontuam a vida do local. A propósito das comemorações dos 150 anos dos jardins, a Porto Lazer organizou um percurso pelos principais exemplares presentes no espaço, numa caminhada pela história não só do local, como das árvores que nele habitam.

O melhor ficou mesmo para o fim: a árvore mais antiga, um Liriodendron tulipífera, tem mais de 200 anos e, mesmo em situações adversas, criou mecanismos para sobreviver e prolifera. O resultado é a forma invulgar do tronco, que se ergue em grandes ramos carregados de sementes. Rui Afonso, responsável pelos espaços verdes urbanos e o guia desta viagem, refere a forma como a árvore bicentenária, numa quase personificação, se apercebe do aproximar do fim de vida, produzindo sementes de forma mais intensa para se reproduzir-, antes de morrer.

É aliás de uma forma quase poética que se fala nesta visita, onde cada exemplar é apresentado como se de uma pessoa se tratasse, por ali se respeitar a natureza e as suas vontades.

Há árvores de todas as idades, das mais exóticas às mais vulgares. Ainda no início, é a Araucária que dá o mote, representada por um exemplar com aproximadamente 100 anos. Mas é o plátano quem marca maior presença nos parques portuenses – ao todo, das mais de 3500 árvores já inventariadas, 10 % são destes exemplares. No entanto, há ali um exemplar especial, que procura a classificação de “interesse público” por se ter desenvolvido com uma casca exclusa e com dois ramos.

Também as palmeiras Washingtonia Robusta merecem referência, não tanto pela sua presença individual mas pelo conjunto que criam, motivo pelo qual esperam também a classificação. Já mais no final da visita, há ainda tempo para apreciar a peculiaridade da Lasiandra Papyrifera, comummente chamada de “árvore do papel”. Destaca-se por ser o único exemplar existente em todos os parques da cidade, uma árvore exótica que ali se conseguiu adaptar. Rui Afonso acredita que “se elas se conseguem adaptar aqui, é porque aqui pertencem”.

A Porto Lazer, entidade responsável pela manutenção dos parques, procura agora formas de o público conseguir identificar as árvores e as suas especificidades de forma mais fácil. Assim, o objectivo passa por inserir em cada exemplar uma identificação, possivelmente com um QR Code para que a informação possa aparecer de forma automática em smartphones. O projecto ficará a cabo da UTAD-Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e a estimativa é de que estará pronto em dois anos.

Enquanto o projecto não é aplicado, os transeuntes poderão continuar a apreciar a beleza natural dos jardins do Palácio, que este ano já contou com mais de 90 eventos apenas na Avenida das Tílias.

Texto editado por Ana Fernandes 

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