Incendiário Diego Costa é castigado e enterra tréguas entre Mourinho e Wenger

Federação inglesa castiga o avançado do Chelsea com três jogos de suspensão por conduta violenta no derby londrino com o Arsenal.

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Diego Costa discute com Gabriel Paulista no "derby" londrino Dylan Martinez/Reuters (arquivo)

José Mourinho e Arsène Wenger bem tentaram desanuviar o clima de crispação entre ambos, com um tímido aperto de mão antes do Chelsea-Arsenal do último sábado (2-0), mas, no final do encontro, o gesto diplomático estava enterrado e esquecido. Tudo porque Diego Costa, avançado dos londrinos, reacendeu com vigor a inimizade entre os dois técnicos, agredindo um adversário e provocando a expulsão injusta de outro. Atitudes que levaram a federação inglesa de futebol a castigar o jogador dos blues com três jogos de suspensão.

É claro que Mourinho e Wenger têm leituras diametralmente opostas sobre o protagonista dos incidentes de Stamford Bridge. “Ele joga como tem de jogar e é por isso que os estádios estão cheios e os jogos são transmitidos por televisões de todo o mundo”, comentou o português, garantindo que o seu jogador foi “o melhor em campo”. O francês discordou e carregou na adjectivação: “Ele foi asqueroso e desrespeitoso.”

Não é novidade que o estilo de futebol quezilento que caracteriza o avançado brasileiro, naturalizado espanhol, de 26 anos, teve sempre o condão de extremar opiniões e desta vez levou ao rubro o derby londrino dentro e fora das quatro linhas. Perto do final da primeira parte, agrediu Laurent Koscielny com as duas mãos, acabando por escapar à expulsão. E seria Gabriel Paulista a ver o cartão vermelho, após ter partido em defesa do seu companheiro do Arsenal. Com mais um jogador em campo, a tarefa do Chelsea ficou facilitada.

Após rever as imagens televisivas, a federação inglesa não só moveu um processo disciplinar ao avançado dos blues, na última segunda-feira, como, já esta terça-feira, reconheceu o erro na amostragem do cartão vermelho ao defesa brasileiro. “O recurso do Arsenal alegando a expulsão injusta de Gabriel foi aceite na sequência de uma audição da Comissão Reguladora Independente”, anunciou o organismo, confirmando que foi retirado ao futebolista um castigo com três jogos de suspensão aplicando-o ao internacional espanhol.

Para tornar tudo mais difícil para Diego Costa, o seu companheiro de equipa, Kurt Zouma, foi particularmente desastrado ao partir em sua defesa no final do jogo: “Não ficámos surpreendidos com a atitude dele, já o conhecemos. Toda a gente o conhece, ele gosta imenso de provocar e de pôr o adversário fora do jogo.” Declarações que incendiaram mais os ânimos e que obrigaram o defesa central francês a retractar-se mais tarde na rede social Twitter. “Peço desculpa pela confusão. O inglês não é a minha primeira língua e não tive intenção de acusar ninguém de batota. Simples. O Diego é um jogador que gosta de pressionar os adversários e temos imenso respeito por ele”, emendou.

Esta não é a primeira vez que Diego Costa está debaixo de fogo devido ao excesso de agressividade nos relvados, nomeadamente nesta sua aventura no Chelsea, iniciada na última temporada, depois de ter sido contratado ao Atlético de Madrid, a troco de 38 milhões de euros. Em Janeiro deste ano, pisou um adversário do Liverpool (Emre Can) e acabou punido com três jogos de suspensão. Durante a partida, o avançado apenas viu um cartão amarelo, mas a federação britânica acabou por recorrer às imagens televisivas para castigar mais severamente o jogador.

Um comportamento que valeu alguns reparos críticos por parte do treinador do Manchester City, Manuel Pellegrini. “É um grande jogador, muito importante. Tem carácter, mas não é um carácter fácil. Acho que era bom para ele mudar no futuro. Não precisa de fazer estas coisas porque é um jogador de topo”, comentou na altura o técnico chileno.

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