Álvaro Siza faz mais um round no Canadá

Arquitecto do Museu de Serralves regressa ao Centro Canadiano de Arquitectura para apresentar nova exposição e realizar duas conferências.

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Álvaro Siza no seu atelier do Porto Adriana Miranda

Já chegaram a Montréal, ao Centro Canadiano de Arquitectura (CCA), os arquivos que Álvaro Siza decidiu doar, no ano passado, a esta instituição que é uma referência mundial na disciplina. E parte deles deu já origem a uma nova exposição, com inauguração marcada para esta quinta-feira numa das galerias do Centro.

Coin, îlot, quartier, villes. Álvaro Siza à Berlin et à La Haye é o título da mostra, que reúne maquetas, esquissos, desenhos, plantas e ainda fotografias feitas actualmente por Giovanni Chiaramonte, Alessandra Chemollo e Peter de Ruig de dois projectos pioneiros e marcantes para a afirmação internacional do arquitecto português: os prédios de habitação Bonjour Tristesse (1982-83), em Berlim, e Punt en Komma (1985-89), em Haia. O próprio Álvaro Siza foi convidado a deslocar-se ao Canadá para falar da sua arquitectura e destas obras em particular, em duas conferências (esgotadas há vários dias) que terão lugar esta quinta-feira, no próprio CCA, em Montréal, e no dia seguinte, sexta, no auditório da Faculdade de Arquitectura, da Paisagem e do Design John H. Daniels da Universidade de Toronto. Ambas terão transmissão directa via Twitter.

A exposição Coin, îlot, quartier, villes, comissariada por Eszter Steierhoffer, responsável pelo departamento de arquitectura contemporânea do CCA, tem a particularidade de se juntar àquela que esta instituição vem dedicando, desde Maio, ao programa SAAL – Le logement au Portugal de 1974 à 1976 –, e que se manterá até 4 de Outubro. Siza, que a instituição canadiana apresenta como “um dos precursores de uma nova linguagem arquitectónica moderna adaptada ao contexto social e cultural de Portugal”, é, de resto, um nome em foco nessa mostra, que documenta como a arquitectura e os arquitectos se envolveram na mudança das condições de vida das populações mais desfavorecidas logo a seguir ao 25 de Abril de 1974. Realizados na década a seguir à experiência do SAAL, e aproveitando a projecção internacional dessa aventura, os edifícios Bonjour Tristesse e Punt en Komma “partilham semelhanças no que diz respeito à escala e ao programa”, e “exprimem a capacidade de Siza de “reflectir um carácter urbano local”, diz o CCA.

Antes destas exposições, o arquitecto matosinhense tinha já apresentado uma exposição – Alturas de Macchu Picchu – e uma conferência no CCA, na Primavera de 2012. 

 

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