Um dia histórico para o ténis italiano

Vinci acabou com o sonho de Serena de vencer ?os quatro torneios do ?Grand Slam no mesmo ano.

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Mike Segar/Reuters

“Veni, vidi, Vinci” foi a frase mais repetida nas redes sociais entre os adeptos de ténis. Exactamente quatro anos depois de perder a final para Samantha Stosur — no dia em que se cumpriam dez anos sobre o atentado que deitou abaixo as torres do World Trade Center —, Serena Williams voltou a cair no Open dos EUA. E com estrondo. Quando se esperava que a incontestável líder do ténis feminino ganhasse o penúltimo dos sete encontros necessários para completar o Grand Slam (conquistar os quatro maiores torneios no mesmo ano), foi Roberta Vinci que mereceu os aplausos, ao derrotar Serena e qualificar-se para a sua primeira final de um major. No sábado, do outro lado da rede, vai estar a amiga Flavia Pennetta, para protagonizarem a primeira final italiana no Grand Slam na Era Open.

“É um momento incrível para mim, é espantoso, é como um sonho. Estou na final, venci Serena, desculpem pessoal”, disse Vinci, com alguma dificuldade, sob uma enorme ovação do público nova-iorquino. Antes, tinha limpado algumas lágrimas quando caiu na realidade: aos 32 anos, vai disputar a sua primeira final do Grand Slam.

Vinci nunca tinha vencido um set nos quatro duelos com Serena, mas reagiu no segundo set: “Só queria desfrutar a minha primeira meia-final de um major”. A norte-americana só tinha ainda perdido um encontro neste ano em três sets e iniciou bem a partida decisiva, servindo a 2-0. Mas não esteve totalmente focada, cometeu erros e Vinci aproveitou para nivelar o encontro. O break para 4-3 reforçou a sua confiança e, mesmo sem ter a potência da adversária, soube variar o jogo e ir para rede. Tremeu quando fez uma dupla-falta no primeiro game-point, para 5-3, mas, quando voltou a servir, ganhou os quatro pontos, fechando com os parciais de 2-6, 6-4 e 6-4.

Serena somou 50 winners (incluindo 16 ases), mas também 40 erros não forçados, que a penalizaram. “Não me perguntem o quanto estou desiludida, próxima pergunta”, pediu Serena na conferência de imprensa, em que elogiou Vinci: “Penso que ela jogou, literalmente, um ténis do outro mundo.”

Vinci é a quarta italiana desde 1969 a atingir uma final do Grand Slam, depois de Francesca Schiavone, campeã em Roland Garros em 2010, Sara Errani, finalista no mesmo torneio, em 2012, e Flavia Pennetta, que, aos 33 anos, também se vai estrear numa final do Grand, depois de eliminar Simona Halep.

A romena acusou o desgaste dos últimos tempos, com 15 encontros disputados nas últimas semanas, e acumulou 23 erros não forçados (incluindo três duplas-faltas). Halep cedeu diante de uma Pennetta muito consistente e, ao fim de 59 minutos, a número dois do ranking saía do Arthur Ashe Stadium a abanar a cabeça em negação, vergada pelos parciais de 6-1, 6-3.

Pennetta ainda não tinha passado dos quartos-de-final nos eventos que disputou até ao Open. Mas neste palco continua a fazer bons resultados e, há dois anos, disputou a sua primeira meia-final de um major em Nova Iorque, onde vive a maior população de italo-americanos dos EUA.

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