Volta, Jon Stewart!

Com que então acabou-se The Daily Show (TDS) com Jon Stewart.

TDS não foi sempre bom. Até começou mal. Mas foi melhorando. Os episódios que vi este ano foram os melhores de sempre. Bem sei que a história de fadas do showbiz, na qual J.S. estupidamente acreditou, diz que as coisas devem ser abandonadas quando se está no cume, deixando o público begging for more.

J.S. começou por ser um satirista defendido por uma posição falsa de imparcialidade humorística. Rapidamente percebeu que escusava de se esconder. Tornou-se depois, lentamente, nele próprio, com opiniões sensatas e social-democratas. Tinha razão e sabia provocar. E fazer rir.

Por uma vez David Remnick, o director insuportavelmente middlebrow, cuidadoso e politicamente correcto de The New Yorker, teve razão por procurar a popularidade : a partida de Jon Stewart de TDS é uma tragédia.

J.S. é, diz ele por causas biográficas, o crítico mais impiedoso dele próprio. Sabe o que é falhar e, por causa disso, tem medo de falhar naquilo em que mais brilhou.

É impossível. Jon Stewart é, quer queira, quer não (cheira-me que não), o único génio da comunicação televisiva do século XXI.

O único desejo das pessoas de bem é que volte depressa ao formato que reinventou. Não, não estás velho. Não, não é altura de dar o lugar aos mais novos.

Ganha juízo e dá valor não tanto a ti próprio (mas também) como ao trabalho valiosíssimo e engraçadíssimo que fizeste. E tens de continuar a fazer. Please.

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