"Fundos não têm qualquer interesse para os clubes", defende Bruno de Carvalho

Clube "leonino" comunicou também à CMVM a emissão de 80 milhões de VMOC.

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Bruno de Carvalho continua a sua luta contra os fundos no futebol Nuno Ferreira Santos

“Recebi 20 pessoas da área dos fundos e nenhuma delas me deu a possibilidade de negociar. Para eles é tudo seguro e eu é que corro os riscos”, afirmou Bruno de Carvalho, durante o congresso internacional "O Futuro do Futebol", organizado pelo Sporting.

Bruno de Carvalho alertou para o facto de "os clubes ricos ficarem cada vez mais ricos” e acrescentou: “Têm que nos convencer que os investidores terceiros são bons, os meus pais sempre me ensinaram a não gastar mais do que tenho”.

Além dos desafios da indústria do futebol, no congresso, que decorre no auditório do Estádio José Alvalade, em Lisboa, vão ser debatidos temas como as novas tecnologias, o futebol de formação e estratégias e políticas comerciais.

Bruno de Carvalho tem sido muito crítico em relação aos fundos, sobretudo desde a transferência do defesa-central argentino MArcos Rojo para os ingleses do Manchester United.

O presidente "leonino" acusou na altura a empresa Doyen Sports, detentora de 75% dos direitos económicos do jogador, de ter feito pressões para o Sporting negociar a venda do argentino ao Manchester.

O caso, que ainda decorre na justiça desportiva, terminou com a venda de Rojo aos ingleses, que negociaram directamente com o Sporting.

O clube português recebeu 20 milhões de euros e entregou à Doyen três milhões, o valor pago por aquela empresa aquando da aquisição de Rojo aos russos do Spartak de Moscovo.

Bancos transformam créditos em capital da SAD

Entretanto, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a SAD "leonina" comunicou a emissão de 80 milhões de euros de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis em acções da sociedade (VMOCs), ao valor nominal de um euro cada, com prazo de 12 anos.

A emissão foi efectuada mediante subscrição privada com realização em espécie, consistindo na conversão de créditos detidos sobre a Sporting SAD, pelo Novo Banco, no montante de 24 milhões de euros e pelo Banco Comercial Português, no montante de 56 milhões de euros.