Quercus contra obra "ilegal" e abate de árvores no Tejo Internacional

Em causa está a criação de um caminho em pleno parque, numa zona sensível onde nidifica o abutre-preto.

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O Parque Natural do Tejo Internacional é um dos poucos locais escolhidos pelo abutre-preto para nidificar, em Portugal Pedro Cunha/Arquivo

A associação ambientalista Quercus está contra contra a "construção de um caminho ilegal" no Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI), alegando que destruiu habitats de floresta mediterrânica e levou ao abate de "centenas de árvores protegidas".

Em comunicado, a associação ambientalista diz que alertou as autoridades para a criação de um caminho em pleno PNTI e Zona de Proteção Especial (ZPE) para aves, que "destruiu cerca de dois quilómetros de habitats de floresta". No local, situado em Monforte da Beira, no concelho de Castelo Branco, terá havido movimentações de terras numa área sensível e prioritária ao nível da conservação.

A Quercus adianta ainda que, na sequência da denúncia, as autoridades constataram no local "diversas irregularidades", nomeadamente "a violação do diploma legal que protege a azinheira e do plano de ordenamento do PNTI".

"No seguimento desta acção foi levantado um auto e embargada a obra que estava em curso junto ao vale do Rio Aravil, uma das zonas sensíveis do PNTI e um dos únicos locais onde nidifica o abutre-preto em Portugal", afirma. O abutre-preto é uma espécie ameaçada de extinção, com apenas 11 casais a nidificar em Portugal, dos quais nove estão no Tejo Internacional.

Os ambientalistas reivindicam mais fiscalização nas áreas classificadas "para evitar atentados como este" e apelam às autoridades para que, ao abrigo da legislação em vigor, "exijam aos transgressores a reposição da situação anterior".

Segundo o comunicado, a zona afectada tem habitats e espécies prioritárias de conservação ao abrigo da legislação nacional e europeia.

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