COI aprova fim do limite de modalidades nos Jogos Olímpicos

Programa olímpico pode ir além de 28 desportos, mas só pode ter 10.500 atletas e cerca de 310 eventos.

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Thomas Bach, presidente do COI Eric Gaillard/Reuters

Esta medida abre caminho à reintrodução de modalidades como o beisebol e o softbol, que estão fora do programa olímpico desde Pequim 2008. Sendo duas modalidades altamente populares no Japão, é expectável que as autoridades desportivas nipónicas formalizem o pedido para que estas voltem a marcar presença nos Jogos.

Nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, haverá duas novas modalidades, o golfe e o râguebi (na versão sevens), sendo que esta medida poderá já ter efeitos em 2020. Modalidades como o surf ou o skate têm sido faladas como potenciais novidades no calendário olímpico, como forma de atrair patrocínios e fazer crescer as audiências televisivas, mas, para que tal aconteça, terá sempre de ser à custa do emagrecimento de outros desportos já existentes. Nos Jogos de Londres em 2012, realizaram-se 302 eventos, distribuídos por 26 modalidades. O atletismo foi a modalidade com mais eventos (47), seguida da natação (46, incluindo saltos, natação sincronizada e polo) e de três com 18 (luta, ginástica e ciclismo).

O COI decidiu ainda que alguns dos eventos possam realizar-se fora da cidade-sede e até num país diferente. Esta seria uma medida excepcional, apenas autorizada com o objectivo de evitar deixar nas cidades-sede os chamados “elefantes brancos”, infra-estruturas desportivas que deixam de ter utilização após os Jogos.

Os primeiros Jogos a beneficiarem desta medida poderão ser os Jogos de Inverno de 2018, em Pyeongchang, na Coreia do Sul. Uma das obras previstas para estes Jogos é a construção de uma pista para bobsled, luge e skeleton, com um custo a rondar os 100 milhões de dólares, mas, com esta medida aprovada pelo COI, estas três competições poderão decorrer num país que já tenha a infra-estrutura necessária e não necessariamente na Ásia.

Segundo a sueca Gunilla Lindberg, responsável do comité de supervisão dos Jogos coreanos, há já uma dezena de candidatos a receber estas três competições, entre eles Nagano (Japão), Lake Placid e Salt Lake City (EUA) e Calgary (Canadá). Para além do custo de construção, esta medida iria poupar à organização local os custos de manutenção da pista, a rondar os cinco milhões de dólares por ano.

Esta medida pode permitir a aparição de candidaturas conjuntas. A imprensa norte-americana fala da possibilidade de Los Angeles e São Francisco, ambas cidades da Califórnia, se apresentarem juntas na corrida aos Jogos de Verão de 2024.

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