Vencedores e vencidos no congresso do PS

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João Cravinho Rui Gaudêncio

O Partido Socialista ficou mais hegemónico depois do conclave de consagração de António Costa

Os vencedores
João Cravinho

Num momento em que a corrupção está na ordem do dia, o regresso de João Cravinho à comissão política do PS é um acto de registar. Tanto mais que o antigo ministro das Obras Públicas de António Guterres tentou sem êxito aprovar um pacote de leis contra a corrupção em que estava o enriquecimento ilícito com inversão do ónus da prova. Senhor de uma experiência política de uma vida, é um sampaísta que Costa recupera agora, tal como José Vera Jardim.

Sérgio Sousa Pinto 
Aos 42 anos, Sérgio Sousa Pinto chega à direcção executiva. Político de perfil intelectual e culto, Sousa Pinto é senhor de um pensamento autónomo e não será o correligionário dócil, nem um yes men da direcção de Costa. Deputado há quase duas décadas, com uma passagem pelo Parlamento Europeu, deu a acara pela despenalização do aborto, na lei que, depois de aprovada, António Guterres submeteria a referendo.

Ana Catarina Mendes
A deputada avançou no terreno para disputar o aparelho aos seguristas, conquistando a distrital de Setúbal. Coordenou, como mandatária, a campanha das primárias em que o presidente da Câmara de Lisboa arrasou Seguro. Fez a gestão partidária e construiu a nova direcção que saiu do congresso.

Os vencidos
Francisco Assis

Protagonizou um dos momentos polémicos do congresso, ao sair de cena sem discursar depois de saber que ficava fora dos órgãos nacionais do partido. Mas na hora de sair mostrou-se desiludido com o caminho da “esquerdização” de alguns discursos no congresso. Passa agora à reserva como rosto da ala direita do PS.

Álvaro Beleza
As hostes seguristas implodiram na madrugada de sábado, quando alguns perceberam que não conseguiria fazer reflectir no secretariado a regra dos 30% nas listas unitárias. Acaba por sair das negociações com Ana Catarina Mendes muito fragilizado perante aqueles que se propôs liderar após a saída de cena de António José Seguro.

André Figueiredo
Homem dos bastidores de José Sócrates, de quem foi secretário nacional adjunto, ambicionava ter um lugar nos órgãos nacionais do PS, mas não o conseguiu. Foi um dos três deputados que visitaram o ex-primeiro-ministro na prisão em Évora no primeiro dia do congresso, uma iniciativa mediatizada que rompeu com a indicação de António Costa de deixar o antigo líder fora dos focos socialistas nestes dias.

 

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