Líquido caro, raro e bom para provérbios

Não é uma palavra difícil de descodificar, mas em nenhum registo se encontrou a explicação que se imaginara para “água”, algo como “bem essencial à vida”. Um bem primário cada vez mais caro (para alguns) e mais raro (para todos).

Notícia de quinta-feira, relativa a Portugal: “Se vive no litoral, vai pagar mais pela água. Se vive no interior, vai pagar menos. Em termos simples, será assim que os cidadãos sentirão o plano de reestruturação do sector das águas revelado pelo Governo. Mas a simplicidade é apenas aparente e há muitos pontos de interrogação no ar.” Aguardava-se então reacções dos municípios.

Diz o dicionário: “Líquido incolor, transparente, inodoro e insípido, composto por moléculas formadas por dois átomos de hidrogénio e um átomo de oxigénio, quando quimicamente puro.” Mas também: “Parte líquida da Terra, presente nos oceanos, nos mares e em alguns lagos (água salgada) e nos rios, nos poços, nas fontes, etc. (água doce).” E ainda “hidrosfera”, “chuva”.

Inúmeras são as expressões idiomáticas e os provérbios com “água” como protagonista: “Água mole em pedra dura tanto dá até que fura” (a tenacidade vence todas as dificuldades); “águas passadas não movem moinhos” (o que lá vai lá vai); “trazer água no bico” (conter uma intenção não divulgada). Algumas frases remetem para a actualidade: “Levar a água ao seu moinho” (conseguir atingir os objectivos) — vitória de António Costa sobre António José Seguro nas primárias do PS e da selecção portuguesa de ténis de mesa sobre a Alemanha, tornando-se campeã europeia. “Sacudir a água do capote” (fugir às responsabilidades) e “meter água” (fazer ou dizer disparates) — Tecnoforma, Citius e submarinos. Meio aquoso, portanto. 

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