Portugal esteve perto de conseguir vice-presidência da Comissão Europeia

A crise no BES e a falta de certeza sobre o cargo levaram Passos Coelho a voltar ao nome original, Carlos Moedas.

Foto
Moedas com Albuquerque em 2013: a escolha recaiu sobre o primeiro Nuno Ferreira Santos

Portugal esteve a um passo de ter uma vice-presidência da Comissão Europeia, com a nomeação de Maria Luís Albuquerque, mas a crise no BES e a incerteza de que o lugar de topo estivesse garantido levaram o primeiro-ministro a manter a ministra das Finanças, apurou o PÚBLICO.

A primeira escolha do primeiro-ministro para o lugar de comissário europeu foi Carlos Moedas, secretário de Estado-Adjunto para o acompanhamento das medidas da troika, como o próprio Passos Coelho confirmou publicamente.

Mas o nome de Maria Luís Albuquerque surgiu em Bruxelas como uma forte candidata ao lugar e com a possibilidade de ter uma vice-presidência entre os 28 países. A hipótese seduziu o primeiro-ministro, que só assim estava disposto a libertar Albuquerque da pasta das Finanças. Portugal perdia a presidência com a saída de Durão Barroso mas ganhava uma vice-presidência e com uma mulher, algo muito desejado em Bruxelas.

Entre o final de Julho e o início de Agosto, na semana em que decorreram as conversações entre Passos Coelho e o presidente eleito da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para a indicação do nome português, agudizou-se a crise no BES.

A esta situação acresciam todos os outros riscos, como a preparação do próximo Orçamento do Estado, o primeiro que é elaborado sem a alçada do programa de ajustamento e o último da legislatura. Juncker não conseguiu garantir com todas as certezas que Maria Luís Albuquerque teria uma vice-presidência da comissão, o que levou Passos a voltar ao nome original: Carlos Moedas, um engenheiro de formação e gestor, que negociou o programa da troika como representante do PSD. Após as legislativas de 2011 foi convidado a integrar o Governo para fazer a ligação com a troika.

Sugerir correcção
Comentar