Novo quartel dos Bombeiros de Ílhavo encerra polémica de duas décadas

Em 1983, apesar de forte contestação, o actual quartel foi construído no centro da cidade, nas imediações da Igreja Matriz.

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A falta de verbas está a gerar vários constrangimentos Foto: Rui Gaudêncio

Os Bombeiros de Ílhavo adjudicaram nesta segunda-feira a construção de um novo quartel, encerrando uma polémica de duas décadas sobre a localização que envolveu a Paróquia, a Câmara e o Serviço Nacional de Bombeiros.

"É uma longa telenovela com um fim que vale a pena", comentou o presidente da Câmara de Ílhavo, Fernando Caçoilo, na assinatura do auto de consignação, já que a necessidade de um novo quartel se fez sentir "no dia a seguir" à inauguração do actual, em 1991, conforme lembrou João Resende, presidente da Assembleia Geral.

A espera, de acordo com o presidente da direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, Hélder Bartolomeu, teve o seu lado positivo, já que permite à corporação avançar com a obra "de forma tranquila", sem comprometer a cobertura das suas despesas correntes, porque entretanto garantiu o financiamento necessário, superior a um milhão de euros.

A falta de condições do actual edifício, quer no que toca ao alojamento dos bombeiros, quer à guarda das viaturas, parte das quais tem de ficar parqueadas na rua, ou a inexistência de uma parada, são problemas detectados assim que ficou concluído.

Foi, contudo, a localização, a origem da polémica que durou anos a fio e que o novo quartel vem resolver, ao ser construído na Barquinha, junto à via de cintura Poente da cidade, com acessos razoáveis.

Em 1983, apesar de forte contestação, a direcção, apoiada pela Câmara da altura, decidiu edificar o actual quartel no centro da cidade, nas imediações da Igreja Matriz.

Já era ali o quartel desde 1932 em terreno cedido do antigo passal da Paróquia de São Salvador, mas a solução foi criticada por sectores afectos à Igreja, que ficou "tapada" pela construção.

A moderna arquitectura não agradou a sectores da opinião pública, além do espaço ser exíguo, o que suscitou também reservas do Serviço Nacional de Bombeiros.

Entre a contestação, que não mais parou, o edifício demorou oito anos a ser construído, após o que a direcção da altura decidiu não se recandidatar.

Agora vai ser demolido, conforme explicou à Lusa o presidente da Câmara, para "desafogar" o espaço envolvente da igreja e criar uma zona de fruição pública.

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