Hasta pública promovida pela EPUL "demonstra que o mercado está a animar"

A empresa, em processo de liquidação, vai ganhar mais de oito milhões de euros com a venda de sete imóveis que carecem de reabilitação.

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A EPUL é detentora de património avaliado em 112,4 milhões de euros Ricardo Jorge Carvalho

A Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) vai arrecadar 8,07 milhões de euros com a alienação de sete dos dez imóveis que colocou em hasta pública. O vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa considera que o resultado alcançado “demonstra que o mercado está a animar e que há investidores interessados na reabilitação urbana”.

Esta hasta pública, com a qual a comissão liquidatária da EPUL pretendia obter um total de 9,2 milhões de euros, teve lugar na quinta-feira. Por alienar ficaram três lotes: um conjunto de três prédios na Rua da Rosa/Rua Luz Soriano, um prédio na Rua Possidónio da Silva e um outro na Rua do Benformoso, para os quais tinham sido definidos valores de referência entre 275 mil euros e 1,2 milhões de euros.

O vereador do Urbanismo e da Reabilitação Urbana reconhece que estes eram imóveis “com menos interesse do ponto de vista comercial”, pela sua localização ou dimensão. Manuel Salgado acrescenta, em declarações ao PÚBLICO, que vai agora ser feita “uma reavaliação” destas situações, que poderá culminar no lançamento de uma segunda hasta pública.

Olhando para os sete imóveis vendidos, por um total de 8,07 milhões de euros (900 mil euros acima do preço base), o autarca diz que “o sentimento geral é de bastante agrado”, até por estar em causa um conjunto de património “de considerável dimensão”, cuja reabilitação vai implicar “um investimento significativo”. Segundo diz, o lote licitado por um valor mais alto, de 2,875 milhões de euros, foi um conjunto de 12 fracções habitacionais e 12 estacionamentos “em auto-silo autónomo” na Rua de São Paulo/Rua do Alecrim/Rua do Ferragial de Baixo.   

Manuel Salgado destaca ainda que na sala da hasta pública havia investidores de diversas nacionalidades, incluindo “franceses, ingleses, americanos e indianos”, vários dos quais fizeram licitações. O autarca socialista adianta que depois de concluída esta hasta pública, que “era um teste ao mercado”, o passo seguinte será a EPUL colocar no mercado os terrenos de que é detentora.

Segundo adiantou um dos elementos da comissão liquidatária da EPUL, num encontro com os jornalistas que se realizou na terça-feira, a empresa tinha em Dezembro de 2013 património avaliado em 112,4 milhões de euros, tendo a câmara dado indicações para que fossem “preservados” activos no valor de 4,8 milhões de euros.

Luís Natal Marques acrescentou que, além da hasta pública agora realizada, a EPUL prevê arrecadar um total de 23 milhões de euros com a alienação de activos no empreendimento do Martim Moniz: nove milhões com a celebração de escrituras relativas a contratos de promessa de compra e venda já efectuados, seis milhões com novas vendas e oito milhões com a alienação de lojas.  

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