O reencontro, 32 anos depois

Alemanha e Argélia disputam nesta segunda-feira em Porto Alegre um lugar nos quartos-de-final do Mundial.

Aquilo que Gary Lineker dizia, de “onze contra onze e no final ganha sempre a Alemanha” pode ser verdade para muitas equipas, mas não para a Argélia. Das duas vezes que os germânicos, como República Federal da Alemanha (RFA), defrontaram a selecção magrebina, perderam, a primeira vez num particular em 1964 em Argel (2-0), a segunda durante a fase de grupos do Mundial de 1982 (2-1). Foi um dos maiores triunfos da história do futebol argelino, mas de nada valeu com o que aconteceu a seguir, o infame jogo que ficou conhecido como “a vergonha de Gijón”, em que RFA e Áustria geriram o jogo de forma a apurarem-se os dois e deixarem a Argélia de fora da fase seguinte.

Hoje, em Porto Alegre, Alemanha e Argélia reencontram-se nos oitavos-de-final do Mundial do Brasil, 32 anos depois do Mundial de Espanha, os alemães mais habituados a estas coisas, os argelinos numa presença inédita nos jogos a eliminar. E toda a gente recorda esses dias no Verão de 1982. Mas Joachim Low, treinador da Mannschaft, já não pode ouvir falar do assunto. “Acho bastante irritante quando leio sobre este jogo e falam de vingança. A maior parte dos meus jogadores nem sequer tinha nascido? Por que razão é que a Argélia nos quereria castigar. Para nós, não tem qualquer importância”, considera Low, que também foi objecto das mesmas desconfianças antes de defrontar os EUA de Jurgen Klinsmann, seu antigo colega e amigo – o triunfo germânico por 1-0 serviu aos dois, deixando Portugal e Gana pela fase de Grupos

Claro que o sentimento de vingança é forte do lado argelino. Apesar do seu registo 100 por cento vitorioso frente aos alemães, a eliminação do torneio foi o que prevaleceu e a vontade da selecção magrebina é de imitar o triunfo de 1982. “Tínhamos jogadores como Madjer, Assad e Belloumi. Queremos seuir-lhe os passos. Se era possível na altura, porque não agora”, defende Islam Slimani, avançado do Sporting, que já marcou dois golos neste Mundial, tendo sido eleito pela FIFA o melhor em campo em dois dos jogos da fase de grupos.

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